sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Como se mata uma cidade




 

 

 



















A Rua de Camões, em Caldas da Rainha, já foi uma rua de comércio. Hoje pouco resta (e é nela que ainda sobrevive a Pastelaria Machado, que faz o melhor bolo-rei que já comi até hoje). Era o principal acesso ao Hospital Termal e, a pé, a melhor via de entrada no Parque D. Carlos I.
As obras municipais (que alguém, só por sarcasmo, designou por "regeneração urbana") fecharam a rua há alguns meses e o pavimento é hoje uma espécie de pântano. Ontem à tarde estavam dois homens no meio das obras e a ninguém poderia parecer que estivessem de facto a trabalhar.
Na rotunda que lhe está pegada, misturam-se umas pindéricas decorações natalícias (ausentes da Rua de Camões) com a melancólica estátua da Rainha D. Leonor e os inevitáveis caixotes de lixo verdes e de ostensivo mau aspeto a que a Câmara Municipal de Caldas da Rainha tem tanto amor.
As obras faraónicas onde esta Câmara Municipal tem estado a enterrar milhões de euros servem, muito objectivamente, para isto: para matar a cidade.
 

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