sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Vai ou não vai?

 
Mário Soares foi secretário-geral do PS, primeiro-ministro e Presidente da República. António Guterres foi secretário-geral do PS e primeiro-ministro (e ainda não é Presidente da República). Almeida Santos foi presidente do PS e ministro. Fernando Gomes foi ministro (e teve um problema com uma fundação, mas disso já ninguém se lembra. Vieira da Silva foi ministro e aparece todos os dias na televisão.
Estes rostos do PS já foram todos a Évora visitar o ex-primeiro-ministro ora detido. Foram por amizade, como disseram. E, até por lá terem ido, os seus passos hão de ser seguidos por muitos outros "notáveis" do PS, e por outros menos notáveis.
E António Costa? Também lá irá?
Se não vai a Évora, estará ostensivamente (como o tem feito até agora com uma prudência pouco inocente) a hostilizar o arguido preventivamente detido que já foi secretário-geral do PS, primeiro-ministro, que já não poderá ser Presidente da República e que o ajudou a tirar o PS a António José Seguro.
Mas, se vai a Évora, estará a prestar vassalagem a um homem que conseguiu a proeza de ser um rosto idolatrado do PS para depois vir a ser indiciado por crimes que não se esperará que um primeiro-ministro cometa de forma tão vistosa.
Portanto, entalaram Costa. E agora?


Entalado numa porta giratória...


Actualizando: o "Expresso" noticia hoje (6.12.14) que o agora secretário-geral do PS irá visitar o detido no Natal, em "visita pessoal". Se vai por decisão e convicção pessoais está a colar o "seu" PS ao do ex-primeiro-ministro ora detido, verificando-se que afinal não separa a política da justiça; se vai também por obrigação, porque os outros já lá foram, é porque não é capaz de se afirmar independentemente da "nomenklatura" do próprio partido. A vida é como é e o PS nunca deixará de ser o partido do primeiro chefe de Governo a ser detido preventivamente por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

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