A "greve dos médicos" é dos médicos todos?
Ou é só dos que trabalham nos hospitais e nos centros de saúde do sector público? Ou seja, aos da função pública?
E os que trabalham em consultórios próprios, em consultórios partilhados, em clínicas, em hospitais privados, em centros hospitalares privados... fizeram greve? Julgo que não.
Nesta "greve dos médicos", os jornais e as televisões referem-se a hospitais públicos e a centros de saúde, àquilo que se designa por "Serviço Nacional de Saúde". Não se referem ao sector privado que, curiosamente, também vive dos clientes dos sistemas de saúde da função pública (que não se resumem à ADSE).
Mas ao reduzir a "greve dos médicos" ao sector público, sem fazer um mínimo de esforço para saber o que se passou no sector privado, o jornalismo renegou o jornalismo.
A "greve dos médicos" até pode ter tido uma adesão espectacular no sector privado, com sublevações dos assalariados contra os padrões desse sector e, quem sabe?, dos médicos que trabalham por contra própria... contra eles próprios. Mas nunca o saberemos.
Algum motivo há de haver para isso e não me ocorre nenhum que seja favorável aos jornalistas. Ou às organizações sindicais dos médicos, já agora.
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