quinta-feira, 24 de julho de 2014

Um deserto de pensamentos


Uma fonte, lá ao fundo, que é uma espécie de pérolas...a rãs.

Esta fotografia foi tirada a meio da tarde da passada segunda-feira à famosa Fonte das Rãs, plantada numa rotunda entalada entre a estação ferroviária de Caldas da Rainha, praticamente moribunda, e duas ruas e uma pequena avenida de pouco trânsito, a Avenida da Independência Nacional.
Não há aqui comércio que fixe pessoas. É uma zona basicamente residencial. A estação já pouco movimento tem.
A fonte tem figuras de porcelana que são frágeis, um acesso fácil e um fundo em nada perigoso. Convida à diversão. O movimento nocturno deve ser como o de dia: é um local apenas de passagem.
A ideia original da colocação da coisa neste sítio poderá ter sido bondosa. A justificação é vagamente poética, embora pouco ajustada a uma via férrea quase morta: era por aqui que as pessoas entravam em Caldas da Rainha e a fonte com as rãs "bordalianas" fica mesmo... a matar.
Mas é um desperdício, igual ao alargamento dos passeios de uma avenida por onde circulam alguns residentes, alguns clientes dos poucos serviços existentes e alguns carros.
Ninguém, na esfera de decisão de uma Câmara Municipal incapaz de se relacionar com a realidade, foi capaz de perceber que nem todas as boas ideias são praticáveis. 
O erro é grosseiro. E ainda mais grosseira é a incapacidade de reconhecer o erro, saindo como sai de uma zona árida hostil a pensamentos racionais. 

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