quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um depoimento imprescindível sobre o ensino superior privado e a política

Intitula-se "O Processo 95385 - Como Sócrates e o poder político destruíram uma universidade" e é da autoria de Rui Verde, vice-reitor da Universidade Independente (mandada fechar pelo anterior governo quando se começou a perceber o tipo de licenciatura que poderia ter o anterior primeiro-ministro), numa edição Publicações Dom Quixote/Exclusivo Edições.
É um depoimento imprescindível sobre o ensino superior privado e a política, focado num "case study" tristemente exemplar e escrito com desassombro.
O Público tem aqui e aqui pormenores e alguns excertos da obra.
Já li e gostei muito. 

terça-feira, 29 de novembro de 2011

EDP – A Crónica das Trevas (1)

Apagões em Agosto:
1 de Agosto - manhã, 22h, 23h30
2 de Agosto -10h10
5 de Agosto - 21h30
17 de Agosto - 1h30

Apagões em Setembro:
12 de Setembro - 10h40
13 de Setembro - 2h30

Apagões este mês:
11 de Novembro – das 8h30 às 11h
22 de Novembro – começaram às10h07 e repetiram-se durante o dia todo
29 de Novembro (hoje) - de manhã e ao anoitecer (18h15) - por enquanto...

(Comentário aqui:EDP - incompetência, conversa da treta e incapacidade)

EDP - incompetência, conversa da treta e incapacidade

De vez em quando fico às escuras. Não há electricidade.
Os electrodomésticos queixam-se. Se não estou disposto a sacrificar uma bateria no computador portátil, tendo-a sempre a carregar, arrisco-me a perder trabalho. Parece que estou no princípio do século XIX, quando a electricidade era uma experiência.
Mas não estou. Estou em 2011, numa zona rural. Os "apagões" agora duram menos. Mas acontecem quando menos se espera e faça o tempo que fizer - sol, chuva, frio, calor, tempo seco, tempo quente, trovoadas, céu limpo, vento, ausência de vento, ondas, mar calmo, no Inverno, no Outono, na Primavera, no Verão...
Já lá vai o tempo em que a EDP justificou por carta os apagões com misteriosas e poderosíssimas trovoadas que assolariam o concelho de Caldas da Rainha. 
E também já deixou de o fazer com o pretexto dos roubos de cobre... quando eu lhes comuniquei que não havia queixa nenhuma formalizada na GNR ou na PSP locais. Tinha sido um lapso, garantiram-me. Pois, mas a justificação do cobre roubado desapareceu-lhes da ementa das justificações idiotas.
Depois de queixas pormenorizadas à Entidade Reguladora do Sector Energético, a EDP foi forçada a dizer a verdade: as infra-estruturas estavam podres e não era feito investimento na sua manutenção.
Consta que, depois de as suas infra-estruturas terem sucumbido a temporais violentos, que a EDP começou a fazer algum investimento na Região Oeste. É certo que os apagões são menos demorados (mas no passado dia 11 estive três horas e meia sem electricidade) mas continuam.
Apesar da conversa da treta (e em 2007 já tive de estar meia hora a ouvir um imbecil da dita empresa a garantir-me que os apagões eram uma coisa perfeitamente natural), a EDP continua a demonstrar a sua incompetência e a sua incapacidade de assegurar uma coisa muito simples - o fornecimento de energia eléctrica ao País todo... e não apenas aos principais centros urbanos.
Há por aí gente que se mostra muito escandalizada por a EDP ir ser privatizada a, dizem, "preço de saldo". É provável que quem acha o valor da EDP muito baixo resida numa cidade onde a alegada competência da dita empresa não sofre tantos apagões...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (8)

É o "crime perfeito": como é que eu sei que a correspondência que me era dirigida foi desviada se não a recebo, se quem a envia não me avisa porque acredita que ela me chega e se eu não sei que alguém ma enviou?

domingo, 27 de novembro de 2011

"State of Play" - uma série admirável sobre o jornalismo e a política

Em 2003, a BBC transmitiu uma mini-série escrita por Paul Abbott e realizada por David Yates, em seis episódios, intitulada "State of Play".
A história começa com a morte a tiro de um jovem suspeito de estar ligado ao tráfico de droga e com a morte, no Metro de Londres, de uma assistente de um deputado.
O caso chega às mãos de um jornalista que já tinha trabalhado com o deputado e o assunto começa a ser investigado, quer na Polícia quer por esse jornalista, a que se associam outros quando o assunto começa a parecer demasiado complexo e mais importante do que de início parece. E, entretanto, sabe-se que a jovem era amante do deputado que preside a uma comissão parlamentar sobre política energética e o partido agita-se.
"State of Play", que salvo erro não foi exibida em Portugal, é um dos mais prodigiosos trabalhos no domínio do audiovisual (e deixem-se englobar aqui o cinema e a televisão) sobre o jornalismo, a sua dependência do poder político e a sua capacidade de ser independente. É também uma história admiravelmente construída e que cresce em interesse e tensão ao longo das quase seis horas que dura e devia ser de visão obrigatória - cá como noutros países - para jornalistas, empresários da comunicação social, políticos e agências de comunicação.








Em 2009, "State of Play" foi objecto de um "remake" nos EUA, com o mesmo título (intitulando-se cá "Ligações Perigosas"), realizado por Kevin Macdonald e interpretado por Russell Crowe. Pareceu-me interessante, na altura, mas depois de ter visto agora o original... enfim, já não.

sábado, 26 de novembro de 2011

Vinho novo

Há poucos anos, havia empresas que por esta altura lançavam no mercado vinho novo. Lembro-me de um Dão (talvez da Sogrape), de um tinto da Vidigueira (talvez da adega cooperativa local) e de um do Ribatejo. O Dão (designado por "Dão Novo") era o melhor. Agora já não há vinho novo e é pena.
Para matar saudades tenho aqui um "Beaujolais Noveau", comprado num supermercado da cadeia de origem francesa E. Leclerc, que cheira bem...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (7)

Depois de ter visitado a estação de correios de Caldas da Rainha por duas vezes (nos passados dia 9 e 11 deste mês) e de ter passado quase uma hora nos dois dias à espera de poder levantar um registo (é a única estação do concelho para onde vão ós registos), devolvi a um serviço da dita empresa chamada "ACL - Apoio a Clientes" o aviso da correspondência, perguntando se haveria alguma possibilidade de essa correspondência ser encaminhada para um posto dos CTT na periferia da cidade´, onde há muito menos afluência de público.
Uma semana depois, recebi uma extraordinária resposta do tal "ACL" onde me garantiam que "o tempo médio de atendimento no dia 9 foi de 13 minutos e no dia 11 foi de 13 minutos e vinte e sete segundos"! E sobre o reencaminhamento... nada.
Há uma piada sobre estatísticas que diz que se eu tiver duas galinhas e o meu vizinho nenhuma, há uma distribuição equitativa de galinhas: cada um tem uma galinha.
A piada tem graça, a resposta idiota dos CTT não tem e até estou a pensar em devolvê-la com uma citação do antigo primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo ou, então, do ex-deputado José Eduardo Martins. Ou dos dois?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Uma bizarra greve "geral"


Bizarra greve "geral" esta que junta sindicalistas profissionais, políticos que berram muito e que trabalham pouco, trabalhadores privilegiados e gente realmente desesperada e outra muito assustada, contestatários das mais variadas colorações e confissões e, num extraordinário pico de excitação, o venerando dr. Soares e outros "compagnons de route" de José Sócrates que, em companhia de Teixeira dos Santos, também deve vir, muito naturalmente, juntar-se aos grevistas...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (6)

Sempre duvidei do regime do “não atendeu” para os carteiros não entregarem certo tipo de correspondência, nomeadamente volumes.
Pode haver motivos muito objectivos (muitos volumes, muita carga, etc) mas isso é-me indiferente.
Há clientes (designação que a empresa CTT não compreende) que pagam um serviço e esse serviço, com frequência, não existe. Muitas vezes, a visita do carteiro é demasiado rápida para preencher o aviso de entrega e, noutras, há gente em casa. Mas “não atendeu”.
Durante vários anos tive de lidar com uma manada de carteiros que achavam suficiente espalmar uma mão em cima do conjunto de campainhas do prédio para que os interessados na correspondência, que talvez adivinhassem que eles lhes traziam, lhes abrissem a(s) porta(s).
Comprovei-o, à vista desarmada, quando o fecho da porta do prédio em que morava ficou avariado e os carteiros continuaram a fazer o mesmo, sem se preocuparem subir os cerca de vinte degraus que separavam a porta do prédio da porta do meu andar.
A coisa foi tão recorrente, e envolvendo uma carta tão imbecil cheia de “alegados” aplicados ao serviço não efectuado, que acabei por escrever ao “provedor do cliente”, enviando fotografias da distância entre a minha porta e a porta do prédio e propondo-me disponibilizar uma cadeira para o funcionário repousar, depois de subir essa monstruosidade de degraus. O “provedor do cliente” não respondeu. Não tinha, decerto, argumentos.
Curiosamente, pouco tempo depois, a estação dos CTT que utilizei para enviar, no mesmo dia, correspondência para uma empresa e para o “provedor do cliente” deve ter baralhado os registos e o certo é que o serviço do “provedor do cliente” assinou sem a menor dúvida e eventualmente com alguma expectativa o “aviso de recepção” de uma carta dirigida a uma imobiliária.
Isto coincidiu com o famoso caso do prédio dos CTT de Coimbra que foi vendido e revendido no mesmo dia e que está, ou há-de estar, para julgamento...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Obsceno

É obsceno reduzir o problema dos acidentes mortais nas estradas ao excesso de velocidade.
Alinhar nesta filosofia é branquear a realidade e os outros problemas todos: estradas mal construídas, vias com buracos, sinalização inexistente, inadequada ou desaparecida, transformação das autoridades policiais em caixas registadoras de caça ao dinheiro das multas, fiscalização técnica, médica e policial absolutamente desadequada, limites de velocidade desajustados da vida real, impunidades diversas, legislação sem pontaria. 
Dá vontade de dizer: metam os radares onde as costas mudam de nome! 

domingo, 20 de novembro de 2011

Do blogue As Leituras do Corvo, uma apreciação a reter sobre "Vermelho da Cor do Sangue"

Com algum atraso, eis na íntegra uma apreciação feita no blogue As Leituras do Corvo, da autoria de Carla Ribeiro, sobre "Vermelho da Cor do Sangue":

"O objectivo do assalto à casa do banqueiro era apenas roubar as jóias do cofre. Mas as coisas complicam-se quando um dos envolvidos decide levar consigo um passaporte da União Soviética pertencente a um homem desaparecido. Um homem cuja filha tem procurado incessantemente informações sobre o seu paradeiro. O problema é que esse passaporte é também o símbolo físico de um segredo comprometedor para algumas figuras poderosas, que estarão dispostas a tudo para o recuperar.
Destaca-se, desde cedo, nesta leitura, a forma como o autor percorre os pontos de vista das diferentes personagens. Que são muitas. Assim, é necessário um certo esforço, na fase inicial, para captar as posições e ligações dos muitos intervenientes neste mistério e isto resulta num ritmo de leitura que começa por ser bastante pausado. Contudo, assimiladas as circunstâncias das diferentes personagens e estabelecido um ritmo de acontecimentos, cedo a leitura evolui para um ritmo cativante (por vezes, viciante), onde há muito a acontecer, um interessante segredo por desvendar e situações que, de um momento para o outro, podem alterar-se por completo.
Havendo tantas personagens a interagir ao longo da narrativa, é natural que algumas delas tenham um maior desenvolvimento, enquanto que outras permanecem, de certa forma, na sombra. Em termos de construção de personagens, destaca-se de forma notória o misterioso Ulianov, interveniente relutante, mas crucial em todo o enredo. Trata-se de uma personagem com um passado que se evidencia nas suas escolhas e até no seu normal modo de agir. Razões pelas quais também Joel Franco vai cativando a atenção do leitor, tanto através da sua posição no caso como pelas breves referências ao incidente do seu passado.
Fica, pois, uma impressão muito positiva deste livro que, apesar de um início mais lento, rapidamente evolui para uma história envolvente e cheia de surpresas. Uma boa leitura, em suma."

sábado, 19 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (5)

Talvez há uns dez anos, com a presença efusiva do então primeiro-ministro António Guterres e do então ministro da Ciência Mariano Gago, foram montadas pelo menos nas principais estações dos CTT umas máquinas que serviriam para a população navegar na internet. Não eram grátis, claro, e o teclado era de manuseio difícil mesmo para quem sabia mexer em computadores.
A experiência – a coisa foi experimental mas há-de ter custado alguma coisa – foi um fracasso.
As máquinas de venda automática de selos, que permitiriam desanuviar os balcões, também foram outro fracasso.
A caixa de correio electrónica anunciada há uns dois anos sob a designação de “Via CTT”, completamente supérflua para quem usa regularmente a internet e inútil para quem não a usa, também não foi um êxito e não acredito que tenha havido um número significativo de adesões quando as Finanças começaram a fazer pressão para que os contribuintes utilizassem essa bizarria.
Tudo isto há-de ter custado algum dinheiro. Mas ninguém presta contas. É um “serviço público” que todos nós pagamos, directamente através dos (maus) serviços que pagamos e indirectamente através dos nossos bem pesados impostos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (4)

Ser-se remunerado pelo trabalho que se presta é uma coisa normal.
Depois há subsídios que certos sectores vão tendo, em especial em domínio da administração pública, que servem para compor o salário mensal.
E, acima de tudo isto, nos CTT, há uma coisa extraordinária chamada “subsídio de incómodos”.
Não sei se, na origem, este pitoresco “subsídio de incómodos” teve outra designação. Mas é assim que ele aparece, é assim que o designam, é assim que o Bloco de Esquerda, pelo menos, o defende, achando que os trabalhadores dos CTT são mais do que quaisquer outros trabalhadores. Está aqui, num documento de 17 de Agosto de 2010 deste movimento político:
“Tendo em conta a situação profissional que está a afectar todos os trabalhadores dos CTT do distrito de Leiria, a Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda vem publicamente expressar o seu apoio às formas de luta que os trabalhadores dos CTT, em vários pontos do distrito (Caldas da Rainha, Marinha Grande, Leiria, Óbidos etc) têm decidido encetar em resposta à ameaça de verem os seus ordenados reduzidos, através de cortes quer no subsídio nocturno, subsídio de pequeno-almoço e em alguns casos no subsídio de incómodos, em resultado da tentativa de impor uma alteração dos horários de trabalho.”
É um incómodo ter de trabalhar, não é?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (3)

Quando é que o aviso de pagamento foi metido no correio? Não estou a referir-me à data que consta do papel que está dentro do envelope. Estou a falar do próprio envelope… que não tem data.
A maior parte das empresas, e outras entidades, fornecedoras de serviços expede a sua correspondência por franquia, em lotes, sem o carimbo individual do balcão dos CTT.
Acontece isso com a água, a electricidade, a internet, os telefones e os mais variados serviços. E as contas chegam com prazos bem claros de pagamento. Que, ultrapassados, ainda podem ser pagos. Ou não. Ou com juros.
Às vezes, essas contas chegam todas juntas à caixa do correio. E são expedidas todas juntas? Não me parece. Até porque, dentro dos envelopes, vêm documentos com datas diferentes.
Vendo como, em alguns dias, o carteiro não circula (numa zona onde há sete casas, onze adultos e três sedes de empresa), é impossível não pensar que, às vezes, uma ou duas cartas não justificam a deslocação. E, sem carimbo, tanto pode ter saído da origem na véspera ou há uma semana. Portanto… pode esperar.
E se o aviso de pagamento, que está discretamente lá dentro, chega atrasado? E não pode ser satisfeito? Ou obriga ao pagamento de juros?
Os CTT assumem a responsabilidade? Daquilo que lhes é confiado (num serviço pago)? Não.
É um belo “serviço público”, não é?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (2)

Já repararam que nas estações dos CTT não há multibanco?
Aquilo que é hoje um instrumento de pagamento dos mais comuns está ausente das “lojas” desta empresa monopolista. O cliente tem de levar “cash” consigo ou, então, que o vá procurar.
Esta situação perfeitamente absurda – que só é suportada pela lógica de domínio completo do mercado por parte dos CTT (fazem o querem) – permite outra: qualquer pessoa que queira carregar um telemóvel pode fazê-lo em “dinheiro vivo” nos balcões dos CTT. Sem deixar rasto.
Ou seja, ao contrário do que acontece com carregamentos por multibanco, o possuidor de um telemóvel não precisa de qualquer tipo de identificação para continuar a usar o mesmo telemóvel, obviamente pré-pago, ao abrigo de qualquer ligação entre o que possa andar a dizer, ou a transmitir, e o meio por onde fala.
O que pensarão as autoridades policiais, que às vezes têm de andar a escutar suspeitos, destas facilidades?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (1)

Na cidade de Caldas da Rainha, sede do concelho onde vivo, há uma única estação de correios.
É para aí que é canalizada toda a correspondência que não é entregue nos domicílios das pessoas ou outras entidades a quem é dirigida, por se tratar de correio registado, de correspondência volumosa e de outro tipo de correspondência que obriga a uma entrega em mão.
As condições desta estação são as de todas as estações dos CTT: um ambiente frio no tempo frio e demasiado quente no tempo quente; por norma, uma hora ou mais de espera desesperante; disponibilização de uma meia-dúzia de lugares sentados para as dezenas de pessoas que aí se dirigem, entre as quais muitos idosos, que se vão aguentando de pé com dificuldades bem visíveis à espera de vez.
E por detrás dos balcões (e raramente estão todos preenchidos) lá se vão movendo sem pressas os seus funcionários. Têm de cumprir um horário, têm de se levantar do assento para ir buscar a correspondência – não têm pressa nenhuma, portanto.
É possível enviar correio de outros dois pontos que ficam na periferia, a cerca de quatro e dez quilómetros do centro da cidade. Os registos é que não. Nem numa simples divisão geográfica.
Por que motivo é que isto não se resolve?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Berros a mais

Tenho alguma dificuldade em aceitar, mesmo numa perspectiva especulativa, as expressões e os apelos de revolta contra as medidas de austeridade que - até prova em contrário - parecem ser as únicas capazes de impedir a falência do País e o que daí inevitavelmente decorrerá: pelo menos, a falta de dinheiro do Estado para satisfazer os seus compromissos, nomeadamente pagar os salários à função pública e as pensões e assegurar o funcionamento de serviços básicos.
Dos "indignados" novos e reciclados à extrema-esquerda tradicional, passando pelo PCP jurássico e pela legião de sindicalistas que, sabe-se lá porquê, não percebem que os tempos mudaram, não vejo propostas alternativas concretizáveis, credíveis e funcionais para o contexto em que nos encontramos. O que ouço são só berros, raramente racionais.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

As greves nos transportes públicos

1. Durante anos a fio, as empresas, públicas, de transportes públicos acumularam prejuízos.

2. Os respectivos gestores e trabalhadores acumularam benefícios.

3. Não há um único serviço de transportes públicos, dos que essas empresas asseguram, que possa ser considerado modelar.

4. Os prejuízos dessas empresas somam muitos milhões de euros, praticamente em regime de crédito mal parado. Vamos todos pagá-los, tanto os habitantes das cidades que têm transportes públicos (os dessas empresas e os das câmaras ou privados) como os que, residindo em zonas rurais (como eu), não beneficiam de transportes públicos.

5. Os trabalhadores dessas empresas fazem greve. Os gestores não são prejudicados pela greve. A população - que vai pagar os prejuízos dessas empresas e os benefícios acumulados dos gestores e dos trabalhadores - é prejudicada pela greve.

6. Acham bem?

domingo, 6 de novembro de 2011

Sai um processo, por administração danosa de dinheiros públicos e peculato, contra os ex-primeiro-ministro e ministro das Finanças...

O ex-primeiro-ministro, José Sócrates, o ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, um ex-secretário de Estado do Ministério das Finanças, Sérgio Vasques e um ex-director-geral das Contribuições e Impostos, José Azevedo Pereira, foram acusados de administração danosa de dinheiros públicos e peculato numa denúncia apresentada pelo advogado Alexandre Lafayette.
A denúncia refere-se ao gasto de meio milhão de euros numa festa de anos da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos em Maio deste ano.
A queixa, a que Alexandre Lafayette junta o pedido de reembolso à Fazenda Pública da verba gasta, acrescida de juros desde a data das despesas, foi aceite pelo Supremo Tribunal de Justiça, que admitiu também o advogado como assistente no projecto, decretando a abertura do respectivo inquérito.
Esta notícia, com todos os pormenores, foi dada pelo semanário "O Diabo" do passado dia 1 de Novembro. E não parece ter sido dada por mais nenhum órgão de comunicação social. O que é estranho.
E, que se saiba, também não foi desmentida por nenhum dos denunciados.
Sendo verdade, e não tenho dúvidas de que seja, está aberta a porta para o que muita gente defende: a responsabilização dos anteriores governantes pela situação de pré-falência do País.

Apresentação de "Vermelho da Cor do Sangue" na Biblioteca Muncipal de Caldas da Rainha


O maestro Joaquim António Silva, director do Grupo Coral de Os Pimpões (que abriu a sessão), Palmira Gaspar, em representação da Comunidade de Leitores de Caldas da Rainha, e o autor, no sábado, 5 de Novembro, na Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha.

sábado, 5 de novembro de 2011

Dona Alentejana: a melhor gastronomia alentejana nas Caldas da Rainha

Longe, longe do Alentejo de origem, há um restaurante nas Caldas da Rainha onde as tradiçõeas gastronómicas dessa região são praticadas com saber, gosto, experiência e requinte, num ambiente sóbrio que não distrai do essencial que está nos pratos e que está "enfeitado" com poesia, com um notável vinho tinto a jarro da região de Évora, belas sopas à moda do Alentejo, doces admiráveis, profissionalismo, amabilidade e preços muito razoáveis.
Chama-se "Dona Alentejana", fica na Rua Principal no Coto, povoação dos subúrbios das Caldas da Rainha e tem como número de contacto o 914437656.
Comi lá ontem umas favinhas e não tenho memória de ter comido outras tão boas.
Como agora se diz: gosto. Muito!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Teorias da conspiração: melhor do que isto é difícil

Uma conspiração em que convergem os jesuítas, a maçonaria, o Pentágono e Wall Street com os "Protocolos dos Sábios do Sião" e os "Illuminati" como esteios? Nem no tempo de Estaline, nem no PREC nem n' "o diário" de Miguel Urbano Rodrigues se chegou a este ponto. Eram tão bons rapazinhos quando eu os conheci...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

40 minutos chegam

Não são necessários mais do que 40 minutos para contar uma história e, até, para fazer a sua ligação a uma história de carácter mais abrangente, a um "arco".
Falo, simplesmente, de televisão e dos tempos-padrão da maior parte das séries.
Podemos ter a noção de que a duração de cada episódio é maior, por ocupar uma hora ou quase da programação e por termos as interrupções para publicidade mas, vistos sem estes constrangimentos, percebe-se que os 40 minutos chegam, em séries que, não deixando de ser "comerciais" (como se pudessem deixar de sê-lo ou isso fosse um pecado), são de elevada qualidade em todos os domínios.
É o caso de "The Good Wife", a que já me referi e que se vai podendo seguir no canal Fox Life, às terças-feiras.
É também o caso de "NCIS", cuja oitava temporada, absolutamente notável, acabei de ver em DVD e que não aparece nos canais de cabo portugueses, e foi, exemplarmente, o caso de "ER - Serviço de Urgência" (agora só em DVD).
Será que estas coisas se ensinam nos cursos, pequenos e grandes, de televisão que por cá se fazem?