terça-feira, 27 de agosto de 2024

"Rússia cercada": o apogeu da triste ficção ucraniana



Olhem para esta imagem:

 


Ela foi extraída, como podem verificar facilmente, do Google Maps. 

À direita está a Rússia, numa extensão que mostra bem a sua dimensão comparativamente, por exemplo, com o conjunto que inclui alguns dos países da União Europeia. À esquerda está a Ucrânia, devidamentre assinalada a vermelho.

A Ucrânia, na sua versão de 2014, abrange uma área de 603 628 quilómetros quadrados e em 2021 tinha cerca de 41,5 milhões habitantes, sendo nessa altura o oitavo país mais populoso da Europa.

A Rússia tem uma área de 17 075 400 quilómetros quadrados. É o maior país do planeta , cobrindo mais de um nono da superfície terrestre. É também nono país mais populoso do mundo, com 146 milhões de habitantes.

A sua região de Kursk tinha cerca de 1 127 081 habitantes em 2010. Tem uma área de  29 800 km2, com uma densidade populacional de 37,82 hab./km². Depois de ter tido uma boa base industrial, é agora, em termos económicos, maioritariamente agrícola, com estepes e aldeias pouco habitadas.

Estas informações foram retiradas da Wikipédia.

Reparem, agora, neste título:



É possível, perante este mapa, imaginar que a Ucrânia, ao invadir uma região da Rússia, está a "cercar" este país? Não é, pois não?

Mas o "Observador", que com a CNN tuga é um dos órgãos nacionais que mais adora o governo de Kiev (ou o que dele recebe...), acha que sim.

Este absurdo título ("Rússia cercada"!), que nem usa aspas para fazer de conta que é uma matáfora ou algo parecido, corporiza toda a narrativa da imprensa oficial e de muitos dirigentes políticos do chamado "Ocidente alargado" sobre a incursão dos militares do governo de Kiev na região de Kursk. 

Foi iniciada em 6 de Agosto e os seus objectivos, coisa essencial numa operação militar, nunca foram realmente enunciados. 

A ideia pode ter sido a conquista da central nuclear de Kursk. Pode ter sido a de assustar a população russa (que não se assustou durante as duas invasões alemãs do século XX). Pode ter sido a de obrigar a Rússia a retirar as suas forças militares do Donbass, onde prossegue com êxito a sua "operação militar especial" (e o certo é que não as retirou). Pode ter sido uma operação mediática. Ou uma acção de perfil cinematográfico à medida do chefe das operações especiais ucranianas. Ou... sabe-se lá o quê.

Este desastre ucraniano, que envolveu forças que até poderiam ter sido melhor empregues no Donbass (se ainda valesse a pena empregá-las) que estão agora a ser paulatinamente dizimadas, foi "vendido" como um êxito. 

Os títulos da imprensa oficial nacional e estrangeira, da "Rússia cercada" aos "avanços" ucranianos nas estepes de reduzido valor estratégico, espelham esta realidade. É vê-los, num triunfalismo onde tudo converge: a crença quase religiosa na cruzada ucraniana, a provável existência de pagamentos à imprensa e a comentadores para garantirem boas notícias, o absoluto desconhecimento da realidade, a iliteracia mais gritante, a imbecilidade absoluta.










































Se, também nesta situação, conseguirmos escapar a um holocausto nuclear (para onde ainda podem ser arrastados os EUA e a NATO, se cederem à loucura do governo de Kiev), teremos os ucranianos completamente cercados em Kursk, sem conseguirem sequer fugir para a sua terra. Ou mortos e feridos.

Nessa altura, será interessante revisitar estes títulos que, da "Rússia cercada" à "Ucrânia firme na Rússia", não passam de melancólicas variações do "Viva la muerte" do general espanhol José Millán-Astray y Terreros.




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