quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
Pilates de Inverno com cheiro a bacalhau
segunda-feira, 29 de janeiro de 2024
"Corpos Estranhos": Simon Schama e os seus "negacionistas"
Simon Schama, historiador, é um narrador extraordinário e é isso que faz do seu livro mais recente, “Corpos Estranhos” (ed. Temas e Debates, no original “Foreign Bodies), uma obra quase extraordinária. Mas também, em certa medida, quase falhada.
Schama, de que traduzi os dois primeiros volumes de “A História dos Judeus” (ed. Temas e Debates, que foram o meu primeiro contacto com o autor) conta que estava a trabalhar noutro dos seus livros quando decidiu escrever este, inspirado pela expansão do vírus SARS-CoV-2 e da doença que lhe está associada, a covid-19. Schama, percebe-se, foi uma das pessoas que se deixou assustar pela pandemia mais sobrevalorizada de toda a história da humanidade e é com alguma bonomia que relata os pormenores da paisagem do seu confinamento. Como outras pessoas, também terá gostado.
Foi assim que nasceu “Corpos Estranhos”, que é, essencialmente, um relato do combate da vacinação contra a peste e a cólera na Índia, a partir do século XVIII, e das repercussões que teve em Inglaterra, como potência ainda dominante nessa parte do mundo.
A narrativa, que chega quase às 400 páginas (e tomo aqui por referência a edição que li, da editora Simon & Schuster), podia ser fastidiosa. Mas Simon Schama é Simon Schama e o modo como chama ao palco os protagonistas históricos destes acontecimentos é brilhante e o que lemos tem a vivacidade de um bom romance. Destacam-se dois: Waldemar Mordechai Wolff Haffkine (1860 – 1930), um dos heróis judeus de Schama, e Ronald Ross (1857 – 1932). Ambos, cabendo a Haffkine o mérito de ter começado até acabar por ser afastado pelas autoridades inglesas sob um falso pretexto, conseguiram impulsionar o esforço de vacinação contra as doenças, pondo em causa toda a política sanitária de Inglaterra na Índia. Foram, à sua maneira, verdadeiros "negacionistas".
É quando chegamos à página 390 (Simon & Schuster) que a obra derrapa. É a vez de entrar no palco a controversa, mas muito elogiada por Schama, figura de Anthony Fauci, uma espécie de ministro-sombra da Saúde de vários governos dos EUA que foi um dos principais animadores do fascismo sanitário que muitos governos tentaram incrementar em quase todo o mundo, quando a capacidade humana de raciocinar cedeu ao medo animal que se apossou de muitos políticos.
Depois, Simon Schama, como muitos autores (até Stephen King!...), abre fogo, indiscriminadamente, contra os que criticaram os confinamentos, as vacinas da covid-19 (produzidas de modo tão apressado), aqueles que outros se apressaram a classificar como “negacionistas”, Donald Trump e os seus potenciais seguidores (ou seja, todos os que duvidam dessas vacinas).
É curioso, no entanto, que Haffkine e Ross, elogiados por Schama, tenham sido combatidos pelo “establishment” britânico exactamente por duvidarem dos confinamentos, das “respostas ‘sanitárias’ às doenças infecciosas” (por oposição à “imersão de mente aberta na pesquisa científica”) e daquilo a que Ross chamou “barbarismo administrativo”. ~
“Generais e civis foram feitos ditadores de assuntos de que não tinham qualquer conhecimento e, quando as suas tácticas falharam, atribuíram a culpa aos subordinados, aos médicos cujos conselhos tinham frequentemente ignorado e cuja ciência tinham, por hábito, desprezado”, escreveu Ross.
Lembram-se das circenses “reuniões do Infarmed” onde os governantes portugueses, cheios de medo, se escudavam nas opiniões de alguns médicos, cientistas avulsos e “pop-stars” diversas, depois de terem afastado os verdadeiros epidemiologistas? O “barbarismo administrativo” era isto, mais os confinamentos e as multas passadas a quem se sentava nos bancos dos jardins.
Neste seu “Corpos Estranhos”, Simon Schama deixa, ainda, o que parece ser uma explicação, talvez involuntária, para o facto de ainda não ter aparecido o terceiro volume de “A História dos Judeus” (o segundo data de 2018).
A propósito do regresso de Haffkine à
Rússia, onde nascera, depois da sua odisseia indiana, Schama refere-se ao sionismo
como “outro beco sem saída nacionalista”. O segundo volume de “A História dos
Judeus” terminara com o começo da ascensão do sionismo como visão salvadora de
futuro para os judeus e, na sua descrição, Schama parece demonstrar alguma simpatia
por esse movimento histórico. Terá mudado de opinião e ter sentido a
necessidade de reapreciar o caminho que estava a percorrer, pondo em causa esta
sua magna obra? A dúvida parece-me pertinente.
domingo, 28 de janeiro de 2024
Notas de prova (vinhos brancos)
Ler jornais já não é saber mais (203): o mal dos outros é que é notícia
O "Expresso" parece não perder pitada do que se passa no Global Media Group, a empresa proprietária do "Diário de Notícias" e do "Jornal de Notícias", entre outros títulos. Mas depois, sobre si próprio e sobre a situação catastrófica da empresa a que pertence, a Impresa, é que nada.
sábado, 27 de janeiro de 2024
A armadilha para peões montada pelo grupo Vamos Mudar
Inexperientes e incompetentes, os dirigentes do grupo Vamos Mudar na Câmara Municipal e nas juntas de freguesias de Caldas da Rainha entretêm-se a brincar com a mobilidade urbana e, como está bem à vista, o que fazem... fazem mal.
Mandam pintar algumas passadeiras para peões, de uma maneira que parece pura e simplesmente aleatória, e espetam com um bola de ferro, ao nível do chão, na zona onde as pessoas se posicionam para atravessar. Devendo olhar para os dois lados da via, não vá algum veículo não travar, e não para o chão... onde está a armadilha.
A quantas quedas é que isto vai dar origem? E com que gravidade?
"Protecção"? "Prevenção de acidentes"?!
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Assédio, de certeza; assalto, quase; fraude talvez: "Projectos de Telecomunicações"?!
EDP/e-Redes - A Crónica das Trevas (106): mais um
Mais um apagão, dos pequenos, às 9h18. Em dia seco, soalheiro, pouco húmido, quase primaveril. Porquê? Nunca se pode saber... Uma merda, como de costume.
A verdade da mentira
Estas criatura, uma das mais persistentes "pop stars" do fascismo sanitário de 2020 - 2021, apresenta-se (ou deixa-se, muito confortavelmente, apresentar) como "epidemiologista", quando não o é.
Perante a reiterada mentira (própria e/ou alheia), deve concluir-se que tudo quanto diz também nada tem a ver com a verdade.
Pelo que dele se deve dizer que tem um conflito com a verdade. E com a realidade.
terça-feira, 23 de janeiro de 2024
Porque acreditam, ou porque lhes pagam? Ou as duas coisas?
Chega a ser chocante o modo como a imprensa dita "mainstream" (e os exemplos diários mais flagrantes são a CNN de cá, o "Observador", este com jornalistas antes honestos à cabeça!, e o "Expresso") segue fielmente a "cartilha" do governo de Kiev no conflito militar que está a destruir a Ucrânia.
Os ataques da Federação Russa vitimam civis, mas nunca instalações militares, soldados ucranianos ou mercenários dos países da NATO. Os ataques da Ucrânia a civis russos nunca existiram. Os russos estão sempre a ter baixas, os ucranianos nunca. Os russos vão perder, os ucranianos vão ganhar... O quadro é este e, para ele, só há duas explicações racionais (e nem sequer são contraditórias): os que optaram por esta falta cega de ética profissional fazem-no porque acreditam e/ou são pagos, ou os respectivos órgãos de comunicação, para esse efeito.
E não é só a perspectiva. É também a intervenção directa, como foi o caso da "Sábado", a quem foi oferecida uma entrevista com um português que foi juntar-se ao infame Batalhão Azov, entrevista essa que serve para branquear o que nunca devia ser branqueado: a orientação nazi-fascista desta organização militar, que o tão incensado presidente-comediante Zelensky reabilitou.
O dinheiro paga as crendices? |
Estar na UE assim é que não!
segunda-feira, 22 de janeiro de 2024
quinta-feira, 18 de janeiro de 2024
Uma estranha obsessão
É politicamente pouco saudável, além de estúpida, a obsessão que, além dos seus adversários, jornalistas, comentadores e outros interventores públicos têm expressado contra o partido Chega e o seu presidente, André Ventura.
Este partido passou pelo crivo do Tribunal Constitucional e, depois disso, teve o voto favorável de 399 659 cidadãos eleitores e ganhou 12 deputados na Assembleia da República em 2022. Não se lhe vêem, nem ouvem, movimentações e/ou intervenções públicas que configurem uma ameaça à democracia. E o episódio de há poucos dias, em que um jornalista do "Expresso" fez tudo para aparecer como vítima e ganhar notoriedade, é apenas um sinal revelador dessa obsessão.
Percebe-se que os adversários políticos do Chega se atirem a ele. Já não se percebe que um dirigente de outro partido da mesma área política o tente ostracizar, quando devia reservar a sua decisão quanto a um entendimento com o Chega. O que devia dizer era, muito simplesmente, que essa decisão caberá ao eleitorado nas eleições do dia 10 de Março, de onde, aliás, deverá sair um Chega com muitos mais votos e deputados do que em 2022. A democracia é isto.
Até parece que, juntamente com essa atitude obsessiva, os críticos mais ferozes do Chega vão querer proibir a existência do Chega e o silenciamento (e prisão?) dos seus dirigentes e deputados. E, talvez mesmo, exterminar os seus votantes.
Nesta altura, todos os indicadores existentes, mesmo aqueles que não chegam aos jornais, sugerem que o Chega pode aumentar decisivamente a sua votação em 10 de Março. E alcançar um patamar que o tornará capaz de influenciar o Governo, de uma maneira ou de outra.
A confirmar-se essa situação, o Chega pode agradecer aos seus eleitores, claro. Mas deve também agradecer a todos os seus detractores, que tanto têm expressado a sua obsessão pelo partido de André Ventura: quanto mais falam sobre ele, mais o promovem.
André Ventura bem pode agradecer aos seus detractores: ao criticarem-no, estão a promovê-lo... como é o caso deste destaque do "Expresso" (de 19.01.24): |
terça-feira, 16 de janeiro de 2024
Vamos Mudar: do lixo é que eles gostam
Já nada de jeito se espera das criaturas do partido unipessoal do presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha a não ser, com esforçada boa vontade, um módico de decência: talvez consigam fazer qualquer coisa, pode ser que corrigem as asneiras que já geraram, ainda poderão reparar o mal que ficou feito...
Mas não, nem isso. Como se pode ver por este lamentável exemplo, a cargo dos desastrados gestores da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, de cujas mãos saíram umas coisas básicas com que, desprezando tudo o resto, agora se enfeitam. E que, como não podia deixar de ser, têm a ver com lixo. É disso que o Vamos Mudar gosta: do lixo.
É o "habitat" deles.
Mas há muito mais que podia, e devia, ser feito. Eis algumas situações que precisam de ser corrigidas.
A saber (e só na Serra do Bouro):
A bizarra escultura em ferro da Rotunda da Granja, que terá custado pelo menos 24 mil, inaugurada com espavento há apenas cinco meses, está podre de ferrugem. Resolve-se? Não. |
Placas toponímicas? Onde?! |
Não há como deitar a língua de fora aos problemas reais da população. É assim que se muda... |
sábado, 13 de janeiro de 2024
Um ano de televisão: as minhas séries de 2023 (5 de 5)
Ler jornais já não é saber mais (202): futurologia disfuncional
Incapaz de recordar o passado, por falta de memória e por condicionalismos etários, e por achar que o presente já não vende, o deprimente jornalismo que se vai fazendo por cá dedica-se ao futuro. E numa escalada tentadora: do "pode" chega-se facilmente às certezas absolutas. Talvez porque, neste caso, elas estejam ancoradas noutras certezas mais íntimas: a política de quem já sabe tudo e as ideologias que são como crenças religiosas.
O "Expresso", esse fogo fátuo, dedica o seu suplemento revisteiro ao futuro e, com a certeza de que Donald Trump será eleito presidente dos EUA, afirma já o que vai acontecer:
"Expresso", Janeiro de 2024 |
É pena que, antes de se dedicar a tão relevante obra de futurologia, não tenha feito alguma pesquisa. Mas, lá está, esta gente não é capaz de recordar o passado.
Se o fizesse, descobriria as outras certezas absolutas que, sobre o mesmo tema, outros já tiveram. Por exemplo (e numa pesquisa muito minimalista pelo Google, que terá demorado uns dois minutos):
"Expresso", Novembro de 2016 |
"Flash!", Abril de 2017 |
sexta-feira, 12 de janeiro de 2024
Um ano de televisão: as minhas séries de 2023 (4 de 5)
The Strain