segunda-feira, 20 de junho de 2022

Não há fronteiras para o populismo e para a demagogia do Presidente da República

Não há, como se vê, fronteiras para o populismo e para a demagogia do Presidente da República que, quando menos se espera, consegue descer ainda mais baixo.


A fotografia, "artisticamente" retocada a preto e branco, que tem andado a circular nas redes sociais


O gesto de ir beijar o ventre de uma mulher grávida, em eventual alusão à incompetência governamental na gestão do Serviço Nacional de Saúde, é repugnante. Marcelo Rebelo de Sousa não é, que se saiba, o pai biológico da criança por nascer, nem será candidato a pai adoptivo. Também não é, que se saiba, familiar da mulher cujo ventre foi beijar. 

A criança que está no ventre materno tem, em primeiro lugar, uma relação íntima com a mãe e, normalmente, com o pai biológico. Não pode estar sujeita, mesmo que por cima da roupa da mãe, a manifestações de intimidade de terceiras pessoas. Mesmo que alguma delas seja Presidente da República. O gesto é tão desprovido de sentido como se o seu autor quisesse ir fazer uma festa directa na cabeça da criança que ainda estava, nessa altura, no ventre da mãe.

E não é o facto de a mãe ter gostado que desculpa o gesto. A mãe até podia ter querido ter outros contactos íntimos com o Presidente da República. E este devia ter o bom senso de nem sequer querer começar.


Agora o Presidente da República "abençoa" nascituros... mas talvez só os das maternidades privadas

Mas o bom senso, por mais básico que seja, está ausente de todo este disparate. 

O "Correio da Manhã" como que canoniza o Presidente da República, escrevendo que ele "abençoou" a criança que ia nascer. E, com a crise do fecho dos serviços de maternidade por pano de fundo, revela que a jovem "veio de Angola propositadamente para ter filha em hospital privado"! 

Que ridículo é tudo isto...




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