Os exames obrigavam os papás e as mamãs a tomarem mais atenção ao que as criancinhas faziam na escola. O Governo aceitou que o BE e o PCP acabassem com eles. Já não há motivo nenhum para os pais serem exigentes com os seus rebentos e podem continuar a dar-lhes telemóveis à vontade.
A função pública passa a trabalhar 35 horas por semana. Ficam com mais tempo livre (o que lhes dá a ilusão de ganharem mais) e a redução do horário permite contratar mais gente.
Os funcionários das empresas de transportes públicos recuperam os benefícios que tinham por trabalharem nessas empresas.
Os empresários da restauração recebem o bónus da redução parcial do IVA que, em termos práticos, fará aumentar os seus lucros (apesar de o IVA ser, por lei, um imposto que se cobra aos clientes e se entrega ao Estado).
Os taxistas recebem 17 milhões de euros para não arranjarem mais problemas de perturbação da ordem pública à pala da Uber.
Os empresários da construção civil vão receber 1400 milhões de euros para fazer obras públicas, mesmo que elas não sejam rigorosamente necessárias, ganhar algum e fazer contratações temporárias.
Apesar de o número de alunos nos ensinos básico e secundário não aumentar, os professores vão ter menos alunos por turma, para o Estado poder contratar mais professores.
Estas medidas governamentais têm uma lógica cristalina: garantem benefícios sectoriais sem considerar o quadro geral (e, nessa lógica, a generalidade dos sectores sociais e económicos) e, com elas, espera o Governo que os beneficiados lhe dêem em troca o seu voto, nas eleições autárquicas ou em qualquer momento em que ele seja necessário. Ou seja, que se vendam. Como putas à beira da estrada.
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