Pode ser que ninguém na oposição de Caldas da Rainha (PS, MVC, CDS e PCP) ao PSD que ocupa a Câmara Municipal desde há dois anos tenha lido o que aqui e aqui escrevi sobre a possibilidade de uma coligação de boas vontades conseguir afastar o actual presidente, Tinta Ferreira, nas eleições de 2017.
Mas não deixa de ser interessante ver os quatro agrupamentos da oposição na Assembleia Municipal a manifestarem-se agora em conjunto contra a restrição de um programa de reabilitação urbana apenas às freguesias da capital do concelho, sobretudo quando se percebe que eles também tendem a desprezar os munícipes que vivem fora da cidade.
Segundo se percebe da notícia hoje publicada no "Jornal das Caldas", a intervenção conjunto da oposição obrigou a Câmara Municipal a retirar a proposta, admitindo a sua alteração.
Normalmente arredado dos problemas do concelho e mais entusiasmado com o "pacto de agressão", o PCP, pela voz do seu representante, fez questão de salientar que não é a primeira vez que os quatro se juntaram para desenvolver iniciativas conjuntas "sempre em defesa dos munícipes", num pronunciamento algo inédito: "Estamos completamente abertos para que se possa continuar a trabalhar desta forma."
É de esperar que sim. Até porque já só faltam dois anos para as eleições locais.
*
Recordando os resultados das eleições locais de 2013:
PSD
|
PS
|
MVC
|
CDS
|
PCP
|
BE
| |
AM
|
8603
|
4766
|
2078
|
1986
|
1146
|
786
|
CM
|
9203
|
4866
|
1856
|
1967
|
1089
|
601
|
Fonte: Comissão Nacional de Eleições (eleições autárquicas de 2013)
Só 514 votos separaram o PSD (9203 votos) do total obtido pelo conjunto PS/CDS/MVC (8689 votos) nas eleições para a Câmara Municipal.
Nas eleições para a Assembleia Municipal (onde tem menos peso o carácter pessoal do cabeça-de-lista), o resultado é bastante diferente: o conjunto dos três partidos obteve 8830 votos enquanto o PSD se ficou pelos 8603, ou seja, menos 227 votos. Foi uma derrota clara para o PSD. E nem se contam aqui os votos do PCP e do BE.
Sem comentários:
Enviar um comentário