Cidade de Caldas da Rainha, sexta-feira à noite: o "maior restaurante do Oeste" (o que devia ser uma mostra do produção regional, do artesanato e da gastronomia não passa disso, como reconheceu a "Gazeta das Caldas" e eu já escrevi há três anos) pode estar cheio mas o panorama no resto da capital do concelho é desolador.
Tomemos o que pode ser considerado um dos "centros" ou "zonas históricas" de Caldas da Rainha: a zona que fica entre a famosa Praça da Fruta e o Parque/Hospital Termal.
Com o cair da noite, as lojas (e são várias as que vendem peças de cerâmica característica do concelho) fecham-se, as pastelarias e café (que anunciam as "cavacas das Caldas") vão pelo mesmo caminho, um ou dois restaurantes mantêm-se a funcionar e com visitantes portugueses e estrangeiros, a Praça da Fruta fica deserta, a Rua de Camões (onde a crise e obras intermináveis destruíram o comércio, é o melhor símbolo de uma cidade-fantasma e no largo do Hospital Termal (desactivado enquanto tal) sobressai uma das mais estúpidas soluções de bloqueio do estacionamento que é possível imaginar.
Como já aconteceu no verão passado, o concelho encheu-se de turistas nacionais e estrangeiros. Grande parte desses visitantes pernoita no concelho. Mas a sua capital fecha-se, à noite, à actividade comercial, ao turismo, aos "estrangeiros" nacionais e internacionais.
As autoridades locais e a sua legião de simpatizantes, activos e passivos, podem excitar-se com as "tasquinhas" da Expoeste e com as festas e festarolas do "jet set" do concelho. Mas a realidade é esta: no seu centro existe uma cidade-fantasma.
Por todo o lado, nesta cidade, há obras em curso, intermináveis, nunca concluídas. A imagem é de desleixo absoluto |
A Rua de Camões, com as suas lojas fechadas e passeios desproporcionadamente largos para multidões inexistentes, é o melhor símbolo de uma cidade que à noite se transforma em cidade-fantasma |
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