quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"The end": "Penny Dreadful" (T2) e "Justified"


Foi só depois de começar a apresentação da segunda temporada da série televisiva "Penny Dreadful" que fui ver a primeira. O episódio de abertura da segunda temporada é quase incompreensível para quem não acompanhara a primeira mas era suficientemente sugestivo.
Mas a primeira temporada foi mais surpreendente do que sugestiva, no entanto, na sua fusão de elementos, temáticas e autores diversos do fantástico (Mary Shelley e "Frankenstein", H. Rider Haggard, Bram Stoker e "Drácula", lobisomens, diabolismo, superstições egípcias)  na atmosfera da Londres de Jack, o Estripador. Foi como se os criadores da série não soubessem conter-se perante tanta fartura e o melhor exemplo disso foi o da brevíssima entrada em cena de Van Helsing (o veterano David Warner, que pouco sobreviveu).
Livrando-se dos laços demasiado apertados aos clássicos do género, "Penny Dreadful" melhorou, e muito, com a segunda temporada, que mostrou uma maior segurança ficcional e uma narrativa com menos tendências para se perder. E acabou bem, com o misterioso lobisomem, que até pode ser um "sasquatch",  bem interpretado por Josh Hartnett, a caminho da América numa jaula.
A terceira temporada (2016) será bem vinda.



Eva Greene, a enigmática e cativante Vannesa Ives de "Penny Dreadful"


 
"Justified" acabou de vez. Foram seis temporadas que cresceram a partir de um conto do grande Elmore Leonard, com uma interpretação rigorosa e cada vez melhor de Timothy Oliphant na pele de um "U.S. Marshall" (Raylan Givens) numa região atrasada do Kentucky.
O começo foi quase titubeante, como se os seus autores não estivessem seguros do que iam fazer. Mas depois, em 78 episódios, agigantou-se.
O último episódio (o 13.º da sexta temporada) é, aliás, um excelente exemplo de como contar uma história e de como a terminar, desenrolando-se numa série de quadros que preparam o final. Que não é uma explosão de violência, nem um ajuste de contas, mas o momento em que Raylan Givens desiste, contrariado, de usar a sua arma contra o seu contraditório inimigo Boyd Crowder (Walton Goggins), visitando-o depois na prisão para o fim de todos os fins expresso no "leit motiv" que regulou a relação entre os dois: "We dug coal together".
É uma série (sobre a qual escrevi aqui) que deixa saudades.


"Justified": muito bom



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