A certa altura, o actual governo pôs a hipótese de privatizar a RTP, ou parte dela. Não faltaram as hordas de indignados a defenderem o "serviço público" de uma estação de televisão que, relativamente às estações privadas, só se distingue por ser ainda pior.
Agora, quando se sabe que o novo presidente da coisa vai ganhar uma pequena fortuna (superior às remunerações do Presidente da República e do primeiro-ministro), os defensores do "serviço público" ficam caladinhos. Estão de acordo, com certeza, embora noutros casos rasguem as vestes de furiosos que ficam por causa de outras remunerações.
Só que, estando de acordo, bem podiam oferecer-se para serem eles a pagarem os custos da RTP.
Também na TAP há uma situação semelhante. A decisão do Governo de a privatizar (e esta, ao menos, talvez o fosse) desencadeou o mesmo coro de protestos. Quando agora os pilotos já avançam com a ameaça de nova greve (que servirá para depauperar ainda mais a empresa e que afastará qualquer comprador de bom senso), lá se remetem eles ao silêncio. Aparentemente, sabe-se o que não querem, mas não se sabe o que querem.
Era bom que também aqui se pronunciassem.
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