terça-feira, 28 de abril de 2015

A política do mamilo

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É estranho, de certa forma, o silêncio em torno da fotografia jornalisticamente "intimista" do industrial e empresário Henrique Neto, candidato à Presidência da República, publicada no "Expresso" no sábado passado.
A imagem deixa a impressão de ter sido construída para o efeito, o visado já está de relógio no pulso e calças, o mamilo direito aparece bem em evidência entre o braço fotografado e o mesmo braço reflectido no espelho. E a publicação da fotografia também deve ter passado pelo acordo do visado e decerto que pela esfera de decisão de mais do que uma pessoa no jornal porque é invulgar fotografar personalidades públicas na casa-de-banho (e elas deixarem-se aí fotografar).
E se não é uma novidade mostrar aspectos mais íntimos dos políticos, o certo é que o ambiente é diferente: Mário Soares, Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro Passos Coelho, por exemplo, foram fotografados em ambiente de praia mas já se sabe: quem vai à praia expõe-se. Mas na casa-de-banho é outra coisa.
Ou será que Henrique Neto quis lançar um desafio? Como se dissesse aos outros: mostrem-se, vá.
E o que poderão mostrar Sampaio da Nóvoa, ou Paulo Morais? Bem, as perspectivas, nestes casos, são inquietantes.
De qualquer modo, não há que ter medo das repercussões públicas e os bons exemplos são sempre para seguir.
Alguém se lembra, a propósito, do exemplo da "entertainer" Cicciolina, que veio a Portugal em 1987 animar a cena política e mostrar alguns dos seus atributos mamilares na Assembleia da República?
 
 

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