Escrevi aqui, justificando-o, que o Orçamento Participativo de Caldas da Rainha não passava de uma treta.
A decisão final quanto ao uso a dar aos 150 mil euros magnanimamente oferecidos pela Câmara Municipal para a coisa, agora conhecida, confirma-o: bicicletas para a população usar, placas com "sinaléctica bordaliana" (a propósito: que é feito da "rota bordaliana"?), "percursos acessíveis" para deficientes motores e um parque de merendas.
Tudo isto cabe nas atribuições de uma câmara municipal, e sobretudo de uma câmara municipal que gasta milhões de euros em obras faraónicas (sem sequer conseguir cuidar das passadeiras de peões...).
Nada disto devia utilizar o dinheiro do Orçamento Participativo, que devia, isso sim, ser canalizado para iniciativas e propostas que não coubessem nas atribuições camarárias. Só que, infelizmente, essas iniciativas e propostas foram desprezadas e rejeitadas.
O Orçamento Participativo é por isso também um embuste (porque o dinheiro vai servir para cobrir obrigações camarárias) e, de certo modo, uma fralda (porque serve para absorver o desinteresse da Câmara Municipal de Caldas da Rainha relativamente aos cidadãos e ao concelho).
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