Há três palavras com que especialmente embirro.
"Degustação" é uma delas. Não significa mais do que "provar" ou "saborear" e vem do francês "dégoûter".
É uma parolice, usada como se "saborear" ou "provar" fosse algo de pecaminoso.
Ou seja, as pessoas civilizadas não "provam", "degustam". Acho ridículo e fico sem vontade nenhuma de provar os produtos que parece serem apenas para a "degustação".
"Requalificação" é outra.
Não há cão nem gato, dos presidentes de câmaras municipais mais grunhos aos jornalistas snobes, passando pelos políticos, que não use o palavrão para significar uma coisa muito simples: "obras".
E fala-se por isso da "requalificação" de uma rua em vez de falar das "obras" na rua. Suponho que a origem é nacional, com a mudança de qualidade ("requalificação") de qualquer coisa porque nela foram feitas obras, ou qualquer tipo de arranjo.
"Resiliência" é a terceira.
Vem do inglês "resilience" e não significa mais do que "resistência" ou "capacidade de resistência". Não vejo vantagem nenhuma no seu uso e é mais uma manifestação de snobismo. "Resistência" deve ser chão de mais para quem acha fino ficar-se pela "resiliência".
Infelizmente, o uso de todas elas também revela dificuldades de raciocínio ou de vocabulário de quem as pronuncia ou escreve.
3 comentários:
Parolice est barbaric Latin. Latinum solum electum.
Ou então deixe a língua evoluir. Converta-se como eu.
Lá chegarei. Mas por enquanto manifesto a minha resiliência à requalificação da língua e não tenho gostado das novas palavras que já... degustei :-)
Resilência...
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