quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ficar na fotografia é que é bom e então com ministro e milhões ainda é melhor...



 
Caldas da Rainha não existe.
Aliás, até se calhar é melhor que não exista, que não se dê definitivamente pelo concelho e pela sua capital.
Das obras intermináveis e sempre atrasadas (porque chove, porque faz sol, porque as empresas não-sei-quê, por causa de tudo e de mais um par de botas) ao estado de degradação absoluta da Lagoa de Óbidos e da sua margem norte, o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha só quer uma coisa: aparecer no maior número possível de fotografias.
E aqui está ele, na primeira página do "Jornal das Caldas" de hoje, a tentar mostrar, a estender a mão com o copo para o tchim-tchim ministerial, a fazer de conta que tem importância. Não é a Cabovisão, que é onde se está bem, mas ficar no "boneco" ao lado de um ministro até pode ser mais favorável.
E há os milhões, claro.
Mas para quê? E para quem?
A Lagoa de Óbidos, enquanto ainda há esperanças de a salvar, é nominalmente de Óbidos. Os milhões de euros são anunciados em Óbidos. Hão de abrir primeiro as termas das Gaeiras e não as de Caldas da Rainha. Os turistas vão para Óbidos e não para Caldas da Rainha.
E neste lado, da margem norte da Lagoa à Foz do Arelho, da costa atlântica onde o lixo se amontoa à negligenciada Salir do Porto, talvez também ganhássemos todos se pertencêssemos ao concelho de Óbidos.
 
  

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