Um excerto do meu artigo no número 16 do e-magazine "Tomate", intitulado "'Diário de Notícias': pavana por um jornalismo defunto":
Agora, pelo que se percebe, as contas hão de ter sido simples: corta-se nos salários mais elevados (e, já agora, alarga-se a ofensiva à TSF, que a certa altura foi contagiada pelo “DN”, num quadro em que as rádios de notícias também se tornaram crescentemente irrelevantes. Quanto ao “Jornal de Notícias”, do mesmo grupo, poupa-se porque ainda gera receitas e dispõe de fortes apoios no Norte, escapou, pelo menos por agora.
Os jornais podem ser fechados e morrer, por mais inexpugnáveis que pareçam ser aos leitores que restam e aos jornalistas profissionais que os fazem. O PCP deixou cair “o diário”. Os proprietários de “O Jornal” venderam(-se) por tuta e meia. O “Público” vive há anos com prejuízo e já teve os seus despedimentos e reduções salariais. O “DN” vive agora essa fase.
A comunicação social é um mundo quase secreto. Os próprios não falam. Os rivais têm sempre medo de poderem ter telhados de vidro. E só quando o céu lhes cai em cima da cabeça é que gritam. Tarde demais, normalmente.
O jornalismo que tenta não ser notícia não tem finais felizes.
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