-> Um dos maiores grupos profissionais da função pública (devido à magnitude da sua massa salarial), os professores, não beneficia dos suplementos e abonos de outros sectores.
-> Segmentados, para escaparem à lógica integrada dos salários do Estado, os suplementos e abonos da função pública têm servido para complementar as remunerações mensais onde os grupos profissionais têm maior peso e são em menor número (com uma menor massa salarial).
-> Os sindicatos da função pública terão alguma dificuldade em defender a exclusividade dos suplementos e abonos, relativamente aos colegas menos favorecidos (o caso dos professores) e contra as regras salariais mais restritivas do sector privado.
-> A CGTP não pode defender a exclusividade dos suplementos e dos abonos da função pública porque isso significa que aliena os trabalhadores do sector privado... cujos impostos sustentam os salários do sector público e os seus suplementos e abonos.
-> Ao defenderem os suplementos e abonos sem qualquer tipo de maleabilidade negocial, os trabalhadores da função pública estão a manter essas remunerações fora do arco mais protegido das remunerações salariais, deixando-os mais expostos a um futuro governo de maioria que não queira legislar na sua fase final (como acontece com o actual governo, nessa matéria).
É por estes e outros motivos que a questão dos suplementos e dos abonos da função pública vai ser a pedra de toque da questão fundamental da diminuição das despesas do Estado.
É natural que este governo já nada consiga fazer. Mas haverá algum que perceberá que nisto, como noutras coisas, há que entrar a matar e quando a legitimidade foi acabada de conquistar.
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