Parece-me algo estranho o fascínio que exerce, como forma de protesto, a possibilidade de registar no nome e no NIF dos ministros as tais facturas de que é possível tirar algum benefício fiscal.
Não só porque o benefício vai para eles - que beneméritos, ou que ricos, são os contestatários! - mas também porque esta gente, que se queixa do controlo que por essa via o Fisco pode fazer dos movimentos dos cidadãos, está a aproveitar dados fiscais (o NIF) que, da forma sistemática que parece ter, só podem ter saído das bases de dados do Fisco.
Muito significativamente, a imprensa que se regozija com a coisa lá vai citando sindicalistas do sector, que garantem a pés juntos que o volume das facturas apresentadas até pode suscitar inspecções aos membros do Governo. Ou seja, em matéria de "fontes", é um pouco o branco-é-galinha-o-pôs.
De qualquer modo, continua a ser igualmente estranho que se conteste o que parece ser a maneira mais evidente de combater a evasão fiscal: garantir que quem vende um produto ou um serviço emita a respectiva factura. Que um banqueiro fuja aos impostos parece mal mas que outros empresários o façam já é justo. Será isso?
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