Um casal mais velho mas com bom aspecto, uma adolescente loura e de corpo bem tratado, uma mulher que pode ser sua mãe, uma miúda de cinco ou seis anos capaz de estar sentada à mesa durante uma refeição inteira e finalmente um "jovem adulto", de cabelo encaracolado... e com boné, sempre de pala para a frente.
Estão todos sentados à mesa do popular (e respeitável) restaurante "O Cortiço", já fora da zona urbana de Caldas da Rainha, na sexta-feira à noite. Vieram num monovolume de muitos lugares e matrícula relativamente recente, vestidos como quem veio da praia mas tendo antes o cuidado de se porem com um "casual look" apresentável.
Manuseiam um iPad e a criança um telemóver vermelho cheio de aplicações. Comem com faca e garfo e sabem usar os guardanapos.
Não falam alto. Mastigam com a boca fechada. Não arrotam. Limpam a boca antes de beberem. Não coçam a cabeça com o garfo nem metem o dedo no nariz.
Não falam alto. Mastigam com a boca fechada. Não arrotam. Limpam a boca antes de beberem. Não coçam a cabeça com o garfo nem metem o dedo no nariz.
O "jovem adulto", que parece ser o proprietário do iPad (e que tanto pode ser o pai ou um irmão da criança) mantém o boné na cabeça durante todo o jantar. Às vezes, compõe-no e até parece ter calor na cabeça.
Mas não tira o boné da cabeça.
Porque ninguém lhe disse que é ordinário estar assim de boné à mesa em casa alheia? Ou porque tem qualquer coisa na cabeça (parasitas, eventualmente) que pode cair para o prato se tirar o boné?
Mas não tira o boné da cabeça.
Porque ninguém lhe disse que é ordinário estar assim de boné à mesa em casa alheia? Ou porque tem qualquer coisa na cabeça (parasitas, eventualmente) que pode cair para o prato se tirar o boné?
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