Por um lado, é verdade que o aumento do IVA da restauração para os 23 por cento pode ter sido demais. Mas também me lembro de que a sua descida para esse sector em 1996 não serviu para baixar o preço das refeições.
E há casos demais em que um aumento de impostos tem levado à retracção das receitas fiscais porque o aumento do preço final leva a que haja menos consumo.
Mas faz-me uma grande confusão ver quem, em representação do sector, argumente que a restauração não tem dinheiro para pagar o IVA. Não tem... mas recebe-o e não tem de o entregar se não o receber. E o IVA destinado ao Estado, antes das muitas deduções que pode ter, é cobrado aos clientes.
É possível que o hábito do papel que "não serve de factura" torne difícil fazer as contas (como é que se contabiliza o IVA contido no preço de trinta cafés vendidos ao balcão sem documento contabilístico, ao fim de um dia?) mas qualquer pessoa obrigada a fazer pela vida e a cobrar IVA sabe que uma parte do que recebe é IVA e não há nenhum técnico oficial de contas que não saiba ensinar os seus clientes a fazerem o que devem fazer.
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