Há cerca de trinta anos, quando já trabalhava como jornalista e tendo já escrito várias histórias desde a adolescência, achei que uma maneira de conseguir publicar um livro seria candidatar uma história a um prémio literário. E assim fiz, enviando um original a uma edição do Prémio Literário Círculo de Leitores.
Íntitulava-se "Os Demónios de Novembro", era uma história de terror e terminava na madrugada da histórica data de 25 de Novembro com um duelo entre um padre e um demónio, filho de uma feiticeira morta pela Inquisição.
A narrativa tinha alguns defeitos de construção mas não era completamente má. O pior era ser uma história de terror. O resultado, obviamente, foi a sua rejeição pelo júri.
Nessa altura, jurei que nunca mais voltaria a escrever livros e percebi que dificilmente haveria lugar no mercado editorial português para a literatura fantástica que era, nessa altura, o que mais me entusiasmava.
Regressei mais tarde ao Círculo de Leitores, onde foi publicado o primeiro dos meus "thrillers", "Crimes Solitários". Também regressei à literatura fantástica por via da colecção 1001 Mundos, da editora Gailivro, embora apenas como tradutor. E "Os Demónios de Novembro" ficou arquivado, nas brumas da memória. A ideia do 25 de Novembro quase como protagonista foi utilizada para outro livro e o conceito básico desta história pode vir a servir para outra...
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