Ruth Rendell é, à sua maneira, uma das mais lúcidas cronistas do quotidiano britânico. Sem desvirtuar uma boa história, sem se afastar muito do "thriller", com ou sem Wexford, mesmo quando escreve como Barbara Vine, embora livros mais recentes (como este "Tigerlilly's Orchids", o anterior "Portobello" e o excepcional "The Water's Lovely") sugiram que Barbara Vine já não tem muita razão de ser. "Tigerlilly's Orchids" tem três casas por cenário e é um retrato em mosaico de pessoas e ambientes. E de crimes, pequenos e grandes. Numa narrativa suave que se lê sem parar. Por motivos que se desconhecem, Ruth Rendell (já com dezenas de obras publicadas e com um fulgor criativo e narrativo que ultrapassa a monótona P. D. James) parece ter sido deixada de publicar em português, o que é de lamentar.
(Publicado no Facebook em 5.11.10)
1 comentário:
É mesmo de lamentar que ninguém a publique em português. Cá por mim já tenho o exemplar para ler e o próximo, a sair em Agosto, encomendado.
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