domingo, 27 de julho de 2025

PS e Vamos Mudar: um arranjinho oportunista e sem princípios



Foi em Junho do ano passado que o ministro da Saúde do último governo do Partido Socialista anunciou que o novo hospital do Oeste seria construído no Bombarral.

Como as opiniões "técnicas" sobre o assunto validam todas as opções quanto à localização dessa estrutura, basta deitar contas aos resultados eleitorais do PS para perceber a opção do go erno do PS pelo Bombarral: em 2021, o PS ganhou as eleições de 2021 no Bombarral com 2602 votos (41,13 por cento), ficando o PSD em segundo lugar com 2416 votos (38,19 por cento). Mas em 2017 o PS tivera 3113 votos (48,94 por cento) e a coligação PSD/CDS apenas 2369 votos (37,24 por cento). 

Se esta tendência de queda se confirmar, o PS pode perder as eleições de 2025 no Bombarral. E foi neste quadro que o novo hospital do Oeste terá sido visto como um trunfo fundamental para o PS do Bombarral manter a presidência da Câmara Municipal. Será, ou seria, uma luz ao fundo do túnel negro que o Oeste é para o PS.





E o PS do Oeste (que engloba o PS de Caldas da Rainha) apressou-se a "saudar" o anúncio feito pelo Governo e a "congratular-se" com a decisão. 

Um ano depois, ao chegar ao poder, o PSD não se comprometeu com a localização para a construção do novo hospital. E, ainda, que se saiba, não há uma decisão tomada. Mas o PS, e logo pela voz do seu novo secretário-geral, José Luís Carneiro, retomar o tema e agarrou-se à posição do seu governo (de que, aliás, Carneiro fizera parte): o novo hospital tem mesmo de ir para o Bombarral.







E, em Caldas da Rainha, o que pensa o PS? Segue a posição do seu secretário-geral? Não se sabe.

Neste concelho, a opinião dominante parece ser a da reivindicação do novo hospital em Caldas da Rainha, ou nas suas fronteiras, e o presidente da Câmara Municipal, e chefe do partido Vamos Mudar, que volta a candidatar-se à câmara, tem feito desta posição uma espécie de bandeira. Sem bom senso, numa perspectiva isolacionista, com protestos de rua despropositados e tolos, mas, de qualquer modo, uma bandeira.








Há, portanto, uma divergência (e de fundo) entre o Vamos Mudar e o PS. Mas esta divergência não impediu que o Vamos Mudar e o PS se entendessem politicamente para apresentarem uma candidatura comum para as eleições autárquicas do próximo mês de Outubro. Até porque o objectivo da candidatura é, apenas, o de manterem o poder ou, no caso do PS, de ficar colado ao poder.







Perante isto, há uma pergunta que se impõe, sobretudo depois do que disse o secretário-geral do PS: como é que o Vamos Mudar e o PS se podem entender numa aliança para a Câmara Municipal quando um parceiro quer aqui o hospital e o outro quer o hospital noutro concelho?

É a pergunta que eu faço e que os eleitores e todas as restantes candidaturas deviam fazer.

O silêncio destes ansiosos pelo poder só confirmará que a aliança entre o PS e o Vamos Mudar não passa de um arranjinho oportunista e sem princípios para concentrar votos, movida pelas necessidades egoístas de cada um dos parceiros: o chefe do Vamos Mudar precisa, desesperadamente, de ficar na Câmara Municipal mais quatro anos e o PS precisa de sobreviver, pelo menos, mais quatro anos para os seus tristes activistas mostrarem que ainda estão vivos.




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