Portanto... não se lembraram, se calhar? Têm falta de memória?
Ocupam-se do assunto há muito tempo, mas calhou um dia em que não repararam? Não se preocuparam, como é evidente, em pesquisar. Ou não quiseram. Daria muito trabalho, ou não serviria os seus propósitos? Iria fora da agenda? E quem manda protestaria?
Recuemos cinco meses. Em Fevereiro deste ano um canal do YouTube mostrou a montagem de uma rede numa estrada de Donetsk (antes na Ucrânia, agora na Rússia) que servia para proteger veículos e militares dos ataques dos drones ucranianos.
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Foi, como outras, como os drones com cabos de fibra óptica, uma inovação surpreendente. Neste caso, por parte dos militares russos.
A Ucrânia, muito naturalmente, fez o mesmo. Nestas coisas não há exclusivos e deita-se mão ao que existe. Só que a aplicação do sistema das redes pelos militares ucranianos foi reconhecida por um dos órgãos de comunicação social oficiais, a CNN, como grande inovação. Cinco meses depois de já ter aparecido no campo de batalha.
Não sendo a manobra das redes uma novidade, ficaria bem a quem escreve (ou a quem publica) lembrar que esta é uma das inovações desta guerra, onde as partes em confronto muitas vezes se imitam. Mas como, neste caso, a iniciativa foi russa... bem, já não se pode dizer.
Fazê-lo, no entanto, seria jornalismo. Coisa que isto não é. Ou, se é, é jornalismo inteiramente falhado. Daquele que, dando só as notícias potencialmente positivas para uma das partes (e não são as redes que impedem a inevitável derrota do regime de Kiev), mostra que só favorece essa parte, destacando tudo o que permita manter as aparências e sem querer saber (nem informar) mais.



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