Se quisermos evitar considerações de índole pessoal (o que devemos sempre fazer em política, apesar de...), temos de interpretar isto como uma expressão bem clara de que o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Vítor Marques, está com medo.
Está com medo do que lhe pode acontecer nas eleições autárquicas, já marcadas para Outubro, e só quer que as pessoas "promovam as suas qualidades". Só é pena que não diga quais são as "qualidades" que tem.
Marques, o chefe do partido unipessoal Vamos Mudar, nem sequer parece pedir opinião às dúzias de especialistas em comunicação que o servem (que lhe teriam decerto dito para não dizer uma coiaa destas). Porque ao fazê-lo, exacerbando um "orgulho" xenófobo e pedindo elogios, revela que não tem grande fé na sua própria vitória.
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| A notícia pode ser lida na íntegra aqui. Imagem de fonte aberta de acesso público. |
As críticas, as queixas e as reclamações são processos naturais e, quando se referem a questões bem palpáveis do quotidiano, devem ser devidamente consideradas. O que eu tenho visto, desde as intervenções mais individuais à posição abertamente crítica do antigo presidente Fernando Costa, incide sobre esses aspectos concretos e eu próprio, crítico de Marques e da "sua" junta de freguesia da freguesia onde moro, tenho-me referido a eles. Até podia ir buscar outras coisas, mas não o faço...
Por outro lado, o ainda presidente da câmara está a esquecer-se de uma questão fundamental: uma boa parte da riqueza de Caldas da Rainha provém dos "estrangeiros" contra quem atira o "orgulho caldense": portugueses de outros concelhos e estrangeiros têm posto aqui o seu dinheiro e é desse dinheiro, até, que sai o salário municipal de Marques.
Os que não são "caldenses" e que vieram para este concelho, e que ainda continuam a vir, têm comprado casas e terrenos, carros e bens de consumo, têm criado empresas, têm contratado serviços de construção imobiliária e todos os outros, deixando o seu dinheiro em Caldas da Rainha, e pagando os eternos impostos que enchem os cofres da Câmara Municipal. E esperam que o seu dinheiro sirva para terem serviços públicos funcionais e não, por exemplo, para ser dado aos amigos "artistas" dos dirigentes municipais.
O ainda presidente da câmara conseguiu, até agora, fazer de conta que não reparava nas críticas que lhe eram, e são, feitas. As oposições, praticamente silenciosas fora dos períodos eleitorais, também o pouparam e, em alguns casos, nem se percebe porquê.
Com as coisas a correrem mal, com as eleições à porta e os políticos das oposições a despertarem (embora o PS se tenha deitado a dormir aos pés de Marques), o presidente da câmara estava à espera de quê? As campanhas que tem feito, e mesmo quando parece passar mais tempo em eventos públicos do que a trabalhar na Câmara Municipal, não o põem a salvo do meio mais directo que são as redes sociais.
E agora está com medo? É tarde.
(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

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