quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Se Vítor Marques se guiasse pelo interesse público e tivesse a necessária sensibilidade política...


A companhia municipal de teatro de Caldas da Rainha


... não tentaria ocultar e fazer esquecer a sua campanha ilusória da "luta" e do "luto" pela decisão do governo demitido de construir no vizinho concelho do Bombarral o que será o futuro hospital do Oeste.

A decisão foi anunciada em Junho do ano passado e, nessa altura, Vítor Marques, o empresário que se fez presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha com o ardiloso "slogan" "Vamos Mudar", anunciou que o seu município estava em "luta" e em "luto". Berrou, pôs os seus fiéis crentes a berrar e arrastou uma multidão a uma manifestação em Lisboa... de onde regressou cabisbaixo e derrotado.

Há oito meses, portanto, eram o "luto" e a "luta". Hoje, depois de muitas palhaçadas, espectáculos e animações de época, o "luto" e a "luta" desapareceram.

Deverá supor-se que o projecto do hospital para o Bombarral se mantém de pé, demitido que foi o governo e com eleições legislativas daqui a duas semanas. Ninguém sabe, é claro. Mas há uma coisa que parece ser certa: terá de haver um hospital novo no Oeste e, sendo mais barato de construir do que um aeroporto, acabará por ter de ser construído. No Bombarral, talvez, ou noutro sítio qualquer.

E, por isso, o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha já deveria estar, nesta altura, a fazer o seguinte (ou já o teria feito):

1 - Uma reunião com todos os restantes presidentes de câmara da região Oeste para tentar criar uma plataforma de onde pudesse sair uma proposta consensual para a localização do novo hospital. Se tal não fosse possível (o Bombarral talvez dissesse que não), deveria tentar reunir o maior número possível de municípios que pudessem apresentar duas coisas:

1.1. uma proposta de alternativa ao Bombarral; 

1.2. uma proposta de contrapartidas, na área da saúde, para assegurar num ou em mais concelhos uma ou mais estruturas de prestação de cuidados de saúde complementares aos serviços a fornecer pelo novo hospital, no caso de ser confirmada a opção pelo Bombarral.

2 - Uma ronda de contactos (de preferência na companhia dos outros presidentes das câmaras municipais da região) com todos os partidos concorrentes às eleições de 10 de Março pelo distrito de Leiria, não só para os sensibilizar para uma alternativa ao Bombarral, que aproximasse mais o novo hospital de Caldas da Rainha, como para saber o que pensam sobre o assunto... e sobre as necessidades de desenvolvimento do Oeste.

Com isto, o município de Caldas da Rainha quebraria o isolamento para onde o próprio Vítor Marques o empurrou e asseguraria a dinâmica da condução do processo.

Mas, lá está, este presidente camarário não se guia pelo interesse público, não tem sensibilidade políticas e só se guia, como todos os maus governantes, pelo marketing político.  




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