sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

A destruição televisiva da democracia



Os "debates" televisivos, com os principais dirigentes partidários, transformaram-se num processo metódico de destruição da democracia.

A ideia inicial seria, parece, a de deixar os políticos apresentar as suas propostas e permitir que, à vez, pudessem debatê-las com os seus adversários.

Mas o que está a acontecer é uma perversão de qualquer ideia de debate: cada dirigente partidário dispõe de 15 minutos para dizer o que quer fazer e contraditar, ou não, o que diz o seu opositor. Não acho que seja suficiente, salvo se cada um for um perito comunicacional de primeira linha a quem bastam três minutos para prender a atenção de quem o ouve.

Depois dos curtos 15 minutos de cada um há mais cerca de hora e meia em que comentadores politicamente filhos de pai incógnito (que ocultam as suas simpatias políticas, que têm o direito de ter) sobrepõem as suas opiniões ao que disseram os políticos. Os tais que são os que vão a votos e de entre os quais deverá sair o futuro primeiro-ministro do País. Não são os comentadores que vão as votos nem é de entre eles que pode sair um primeiro-ministro. Por enquanto, pelo menos.

Depois disto, o que resta do que dizem os líderes partidários? Nada.

Isto não é democracia.




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