domingo, 24 de julho de 2022

Poderemos, um dia, regressar à racionalidade?

 


Vi esta criança na farmácia da Foz do Arelho na passada terça-feira: num carrinho de bebé, mas com aparência de já andar, e com uma máscara facial que quase lhe cobria os olhos. 

É certo que o uso das fraldas faciais continua a ser - estupidamente - obrigatório nas farmácias, mas também é verdade que as crianças até aos doze anos estão desobrigadas de andar de cara tapada nos espaços onde a coisa ainda é obrigatória. A decisão de lhe pôr a máscara há de ter sido, pelo menos, da pessoa (mãe? outra pessoa da família?) que a levou à farmácia.

O uso das máscaras deixou de ser obrigatório desde Abril deste ano, com excepções incompreensíveis, mas há quem insista. E muitas das pessoas que o fazem são idosas, com dificuldades evidentes de locomoção, com gestos presos, e uma óbvia necessidade de respirarem melhor para poderem suportar com menos dificuldade os seus problemas físicos. Infelizmente, são essas pessoas que andam de cara tapada... e até na rua. 

O zelo fascista da Direcção-Geral de Saúde já não se manifesta aqui. 

Os seus "especialistas" encontrarem todos os argumentos, estúpidos e inteligentes, para imporem as máscaras, resistiram ao fim da sua obrigatoriedade, mas são agora incapazes de dar o passo essencial seguinte: sem outra justificação de força maior, as máscaras são inúteis e fazem mal à saúde. A DGS não lhes diz que já podem respirar livremente.

O medo continua, assim, a imperar. 

Vê-se nas pessoas idosas que andam aos tropeções pela rua... mas com máscara. Vê-se naquelas que põem a fralda facial ao entrarem nos supermercados, mesmo com pouca gente, e que a tiram quando... regressam aos seus carros, ou que nem a tiram quando partem, dentro do carro, com as suas compras.

Não sei se alguma vez poderemos regressar a um ambiente de racionalidade, e este, das máscaras, é de absoluta irracionalidade. 

Mas, pelo menos, já vi no ginásio que frequento quatro irredutíveis das fraldas faciais a tirarem-nas enquanto se dedicam às suas actividades: descendo-as para o queixo, em dois casos, e abdicando agora delas nos outros dois. 

Poderemos, um dia, regressar à racionalidade?


Numa loja, há uma semana


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