segunda-feira, 18 de julho de 2022

Foi-se

 




E, um dia, já não voltou...

Deixavam-no sair, fosse a que horas fosse, furando todos os obstáculos que iam plantando sem grande convicção nas bordas da vedação que rodeia a propriedade. Pouco lhe ligavam. Ausentavam-se e deixavam-no entregue a si próprio. Horas e, às vezes, dias. 

Que andasse por aí, a ser atropelado (como foi) ou a ladrar às portas de outras casas (como fez, uma noite, às duas e meia frente à casa onde foi acolhido outro cão com quem ele se dava), interessava-lhes pouco.

Deixou de ser visto, e já não regressou a casa, há duas semanas. 

Parece que terão ido à GNR (fazer o quê?), que andaram "por aí" à procura dele, mas não se vêem os papéis a perguntar se alguém o viu, não se vêem os alertas de "desapareceu" no Facebook e nos sites indicados e nem perguntaram aos vizinhos se o viram. Compreende-se: livraram-se de uma chatice.

Acredito que deve estar morto, atropelado (como já tinha sido) ou enfiado em algum buraco onde possa ter caído e de onde já não saiu.

Chamaram-lhe "Sweet", mas não foi tratado com doçura. Merecia ter tido melhor sorte.


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Escrevi neste blogue sobre esta triste história de abandono em Uma história de abandono e em Tratam mal o cão.


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[Uma nota de actualização: em 25.07.22, o cão e reapareceu, voltando a entrar e a sair da propriedade sem quaisquer problemas por parte dos seus putativos proprietários e verdadeiros filhos-da-; mas duas semanas depois, foi-se... outra vez.]




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