Há dinheiro. Não se sabe onde, mas há. Ainda bem. Para os funcionários públicos e para as suas famílias, que verão (se é essa uma das bases do extraordinário entendimento entre o PS e o BE, como o “Expresso” anuncia) os seus salários repostos na totalidade em 2016.
Calcula-se que os reformados também serão abrangidos. E que a sobretaxa do IRS também será devolvida na íntegra e não gradualmente. E, já agora, que o sector da restauração terá descida do IVA (e por que raio é que hão de ser só eles a terem de entregar menos IVA ao Estado?!).
A seguir na lista devem estar as empresas de construção civil, sobretudo as amigas do PS, a receber mais obras públicas.
Deve ser isto a essência do entendimento entre o PS e a extrema-esquerda do BE e do PCP. Porque o essencial é o dinheiro. Que vai impedir os protestos dos trabalhadores da função pública e das autarquias e de tudo quanto depende do Estado, dos professores aos guardas prisionais. E – atenção: promessas! – dos “lesados do BES/GES” a quem o presidente do PS prometeu dar dinheiro se ganhasse as eleições.
Como sempre tem acontecido, quando há mais dinheiro há mais consumo. E dos produtos importados, dos carros às roupas.
É provável que haja mais dinheiro disponível durante o ano de 2016. O governo de Sócrates e de Teixeira dos Santos também o teve até Abril de 2011. Cada vez mais caro, mas havia.
E quando ele faltar? E quando os juros dos empréstimos ao estrangeiro subirem sem parar?
Pede-se um resgate, claro: mais “troika”, mais eleições, mais uma vitória para o PSD e o CDS resolverem os problemas económicos e financeiros e serem depois derrotados por causa da austeridade.
Até lá, vamos às compras? Convém é, entre o carro novo e a roupa do Verão, comprar um cofre não vá dar-se o caso de, para variarmos, chegar ao ponto em que só vamos poder levantar 60€ no multibanco.
Bem-vindos ao Paraíso!
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