António Costa reuniu-se com “a cultura” e já nem prometeu um “Ministério da Cultura” mas um “Governo da Cultura”. E prometeu mais o quê? Não se sabe.
Mas, a avaliar pelas caras de fome de muitos membros da “cultura” à volta da mesa, deve ter prometido mais alguma coisa do que o almoço. Que nem se sabe se foi grátis, embora conste que não os há grátis.
A “cultura” que fez empolgar Costa não o fez dançar, infelizmente, coisa que é uma das imagens mais marcantes desta campanha. Mas seria interessante saber quem é que lá estava.
Por duas razões: parte da “cultura” portuguesa vive do Estado (dos subsídios para o cinema “de arte e ensaio” aos concertos pelas câmaras municipais) e tem andado a viver pior nos últimos anos, como o mostrou o episódio do cantor que emigrou para o Brasil porque as câmaras andavam a comprar-lhe menos concertos; e Costa tem andado a prometer tudo... e um par de botas.
Aos professores prometeu o fim da prova de acesso à carreira (que não toca a todos e que reduz a entrada de mais profissionais num sistema com menos alunos); aos cafés e restaurantes prometeu a redução da taxa de IVA (e os outros, não têm direito?); aos emigrantes que emigraram depois de 2011 prometeu que os apoiava (com quê e porque só a esses?); aos “lesados do BES” prometeu que os indemnizava das perdas E à “cultura”, prometeu o quê?
A campanha do PS tem sido feita de promessas que custam dinheiro ao Estado. Não sei se todas essas promessas constam do tal programa económico mas hão de ter um custo. Para todos nós, para os contribuintes, para todos os que não são professores contratados, membros da “cultura”, donos de cafés e de restaurantes, para os “lesados”, emigrantes e a todos os que aqui faltam e que já devem estar na fila de espera.
Ou seja: o PS promete atirar dinheiro aos eleitores e receber antecipadamente os votos, tipo pagamento especial por conta (em que não mexe).
Valentim Loureiro, que à sua maneira foi um precursor, bem pode sentir-se orgulhoso por verificar que a sua forma de ganhar eleições fez escola no PS costista.
E, já agora, para mim era uma torradeira.
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