José Rafael Nascimento, do Movimento Viver o Concelho, de Caldas da Rainha, fez ontem, quarta-feira, uma pergunta pertinente no Facebook:
O senhor presidente da Câmara afirmou [na reunião da Assembleia Municipal de Caldas da Rainha], com grande veemência, que não tem dinheiro para obras urgentes, como é o caso do asfaltamento de ruas e estradas da cidade e das freguesias.
Mas o que vimos no último ano? A gastar dinheiro a rodos para comprar terrenos e edifícios, para financiar carnavais e eventos privados, para oferecer subsídios discricionários a associações e colectividades, para contratar fotógrafos e outros serviços que a autarquia pode/deve realizar, para enterrar dinheiro em projectos falhados, etc, etc, etc.
O Dr. Tinta Ferreira herdou uma autarquia com uma situação financeira que se dizia em bom estado. Como terminará 2015 e o seu mandato?
Mas o que vimos no último ano? A gastar dinheiro a rodos para comprar terrenos e edifícios, para financiar carnavais e eventos privados, para oferecer subsídios discricionários a associações e colectividades, para contratar fotógrafos e outros serviços que a autarquia pode/deve realizar, para enterrar dinheiro em projectos falhados, etc, etc, etc.
O Dr. Tinta Ferreira herdou uma autarquia com uma situação financeira que se dizia em bom estado. Como terminará 2015 e o seu mandato?
Não há resposta ou, se há, não a teve José Rafael Nascimento no seu espaço do Facebook. E isso, como aliás já é notório, tende a ser preocupante.
A cidade de Caldas da Rainha foi transformada há quase dois anos num estaleiro de obras faraónicas que custam milhões de euros (e se há fundos comunitários para as pagar, o certo é que compete ao Estado-membro beneficiado entrar com uma parte).
Mas tudo o resto que afecta mais directamente as pessoas (das pinturas das passagens de peões às reparações de ruas e estradas, passando pela rede de abastecimento de água) está por fazer, tanto na capital do concelho como nas desprezadas freguesias do "interior".
Já defendi aqui, há um ano, que a Câmara Municipal de Caldas da Rainha devia prestar contas (contas políticas e contas económico-financeiras) aos munícipes sobre estas obras e sobre tudo o que, em termos contabilísticos, lhes está associado.
O presidente da câmara, Tinta Ferreira, e o seu vice-presidente, Hugo Oliveira, nunca o quiseram fazer.
E essa recusa objectiva de prestar contas permite que se levantem todas as dúvidas, todas as suspeitas e todas as desconfianças sobre a situação real de uma câmara municipal que, na anterior gestão municipal (também do PSD), se orgulhava de ter dinheiro e de poder manter os impostos baixos.
A situação tende a ser tanto mais grave quanto a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal decidiram ficar com as despesas decorrentes da reabilitação do Hospital Termal.
É um negócio que custará aos caldenses um milhão de euros por ano e que, confessadamente, assusta o próprio presidente da câmara.
E se é estranha a recusa deste poder municipal de prestar contas, talvez mais estranho seja que as oposições (e vamos dizer que com excepção do MVC, atendendo à intervenção de José Rafael Nascimento) não levantem problemas nem interroguem, publicamente, a gestão autárquica de Tinta Ferreira e de Hugo Oliveira: não se lê, não se ouve nem se vê da parte do CDS/PP, do PS e do PCP qualquer tipo de preocupação pela defesa dos interesses dos contribuintes caldenses.
*
Na véspera da abertura de um parque de estacionamento subterrâneo que é absolutamente desnecessário, e que o mais certo é nunca vir a ter movimento que pague a sua construção e a sua exploração, é útil recordar tudo o que aqui escrevi sobre o buraco que pode vir a tornar-se a única imagem de marca, e símbolo, de Caldas da Rainha.
É possível que o previsível descalabro da situação económica e financeira da Câmara Municipal de Caldas da Rainha tenha muito a ver com esta obra delirante.
Expliquem-se, senhor presidente e senhor vice-presidente... |
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