terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Desisto

 
Lembro-me, em miúdo, de ver na televisão duas séries que, nem pelo facto de serem praticamente inexistentes quaisquer alternativas, me interessaram. Uma era "Shenandoah" (teria sido este o título português de "A Man Called Shenandoah") e a outra "O Fugitivo".
Na primeira, um homem amnésico percorria o "Wild West" à procura da sua identidade. Na segunda, um homem acusado de matar a mulher andava à procura do verdadeiro assassino.
A primeira durou pouco menos de dois anos, a segunda demorou quatro anos. O elemento-chave era decepcionante, irritante e frustrante: andavam os dois literalmente à procura da rolha. Nada acontecia que fosse essencial para a história.
O episódio de ontem de "The Walking Dead", como o de há uma semana (os episódios 9 e 10 quinta temporada), já padece do mesmo mal.
O pequeno grupo de sobreviventes anda à procura de qualquer coisa que, se sabemos, rapidamente se esquece. Há uma semana, o episódio todo foi sobre a morte de um deles. O de ontem foi... a propósito de qualquer outra coisa.
E eu, espectador interessado, desisto de "The Walking Dead". Já gostei mas esvaiu-se-me a paciência nesta "zombificação" de uma série que teve, em tempos, algum mérito.
 
*
 
O mesmo, já agora, me aconteceu com "Under the Dome", de que desisti no terceiro ou quarto episódio da segunda temporada.
A primeira temporada era interessante, a segunda optou por uma versão muito específica da "procura da rolha": acontece qualquer coisa estranha, naturalmente por causa da cúpula, e enquanto houver imaginação, vai-se fazendo.
O prolífico Stephen King tem uma obra extensa de grande mérito, e com títulos notáveis, mas dá mau resultado quando se põe a escrever directamente para a TV ou para o cinema.

 

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