segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

À atenção da ala esquerda

 
Não se consegue perceber que o novo governo grego tenha conseguido afirmar algumas das suas reivindicações revolucionárias no acordo com os restantes países da União Europeia.
Há, no entanto, uma legião de boas almas ditas "de esquerda" que acham que (a) o novo governo grego é que ganhou ou (b) o novo governo grego não ganhou porque não o deixaram ganhar.
Conseguirão essas boas almas perceber que o novo governo grego, esgotadas as manobras "fashionistas", não quis tomar nenhuma posição de força? Ou seja, não quis confiscar bens estrangeiros, depósitos bancários (os que ainda vão restando...), fechar fronteiras, prender e espoliar os detentores de fortunas e decretar uma mobilização militar contra os outros países da União Europeia. E não o fizeram porquê?
Para o perceberem deviam ler, que se calhar  nunca leram, os escritos (alguns deles bem mais sólidos e estruturados do que outros) de Lenine, Estaline, Mao Tsé-Tung, Enver Hoxha, Ho Chi Minh e Vo Nguyen Giap, por exemplo, que, conseguiram unir a teoria à prática e fazer as suas próprias revoluções.
De passagem, também só lhes faria bem lerem "O Radicalismo Pequeno-Burguês de Fachada Socialista", do português Álvaro Cunhal que, teórico e prático, também tentou fazer uma revolução que acabou por esbarrar na mesma democracia burguesa em que esbarraram os radicais pequeno-burgueses de fachada socialista do Syriza.

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