sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Turismo de catástrofes - o melhor turismo para a Lagoa de Óbidos...em Caldas da Rainha

Em Óbidos, que Caldas da Rainha não tem nada a ver com o assunto, já existe um plano de "marketing" para a Lagoa de Óbidos (que "pertence" ao município de Óbidos e de Caldas da Rainha).
É ambicioso, anuncia um festival para o verão de 2014 e aponta, como seria de esperar, à parte obidense da lagoa.
A iniciativa foi da Associação Empresarial de Óbidos, município que às suas diversas iniciativas em prol do turismo e da angariação de receitas para a sua região (o festival do chocolate, o Mercado Medieval, a Vila Natal e as Termas das Gaeiras) junta agora o aproveitamento da Lagoa de Óbidos. 
A apresentação deste projecto coincidiu com mais um fecho da passagem que liga a lagoa ao mar (a "aberta") e com uma intervenção apressada numa situação que nada tem de novo.
Neste processo todo, onde a Câmara Municipal de Óbidos surge em destaque, a Câmara Municipal de Caldas da Rainha confirma a sua irrelevância e a irrelevância para onde arrasta todo o concelho. 
Não tem nada a ver com o que pode ser o bom aproveitamento turístico da Lagoa que, em parte, é sua. Não mexeu uma palha, que se visse, para forçar as dragagens na Lagoa (cuja ausência também provou o fecho da "aberta". E acorreu, estremunhada, à intervenção de emergência.
Por este andar, a Câmara Municipal de Caldas da Rainha ainda pode ir a tempo de apostar no "turismo de catástrofes", que já faz movimentar muita gente por esse mundo fora, à procura das emoções fortes que os desastres naturais (e menos naturais) suscitam nos que os vêem de fora.
É a mais fácil "notoriedade" que se pode obter e até dispensa planos de "marketing".
 
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A "Gazeta das Caldas" faz hoje uma das suas mais extraordinárias primeiras páginas de sempre: o anúncio da pequena catástrofe da Lagoa de Óbidos unida ao plano de "marketing" da Associação Empresarial de Óbidos.
A opção pode ter sido irónica (embora não pareça) ou pode ter sido apenas mais uma manifestação de um certo alheamento do mundo que caracteriza esta publicação, que, se zela pelos interesses da sua terra e gostando tanto de dar opinião, não devia deixar passar em claro o contraste entre a emergência e o interesse que Óbidos manifesta no assunto, perante o silêncio de Caldas da Rainha.
O que se confunde com a postura de "atentos veneradores e obrigados" perante o poder político camarário (por motivos em concreto não apurados, como se costuma dizer noutra sede...) que vão mantendo.
E já agora que muita gente parece ter memória curta, vale a pena recordar a famosa acção da campanha eleitoral em que o actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha embarcou, indo passear de barco para a Lagoa de Óbidos, numa espécie de afirmação de defesa da lagoa que, como está à vista, não foi mais do que demagogia:
 
 
Ainda se lembram?
 

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