sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A lógica do "pacto de agressão" aplicada ao "Tubarão", de Steven Spielberg

O cidadão, sujeito à inflacção, ao aumento galopante do custo de vida, à violência legalizada do sistema capitalista, encontra de certa maneira, nos denominados filmes "catástrofe", um tubo de escape capaz de evacuar as tensões acumuladas durante o quotidiano. Com o desenvolvimento de novos mecanismos de alienação e persuasão psíquica, o cinema norte-americano lançou no mercado internacional uma série de subprodutos, devidamente confeccionados, que exploram exaustivamente o medo (fictício) e materializado. "Tubarão" foi, como é sabido, o primeiro caso. Outros se lhe seguiram na peugada, tentando a custo mimetizar-se com o de Spielberg. Criando novos e perigosos "monstros marinhos", que ameaçam a segurança do veraneante incauto, não ignorando "a necessidade" de doses bem aviadas de liberalismo, de "implicações sociais", de uma (pretensa)  denúncia dos meios para atingir os fins numa guerra de extermínio desencadeada pelo imperialismo.
 
Excerto de uma crítica de cinema publicada na revista "Linha Geral - Revista da UEC para a juventude estudantil", número 17, ano 3, Fevereiro de 1979. A UEC (União dos Estudantes Comunistas) foi, entre 1972 e 1979, a organização da juventude estudantil do PCP.
 

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