segunda-feira, 26 de novembro de 2012

"Zoo", de James Patterson: terror ecológico à espera de um filme


James Patterson, o mais bem sucedido autor de "thrillers", de histórias de aventuras para "jovens adultos" e de alguns romances para os mais crescidos e que é considerado uma verdadeira indústria de um só homem, tem uma história mal-amada - "Zoo" - que escreveu com a colaboração de Michael Ledwidge, um dos vários autores que trabalham com ele.
"Zoo" é uma aventura no domínio da ficção científica em que os animais, por todo o mundo, começam a revoltar-se contra os humanos. Não de uma maneira organizada mas, simplesmente, selvagem, movidos por uma fúria que já não é apenas a do predador. Leões, cães, gorilas, ratos, esquilos... tornam-se todos predadores da raça humana. E porquê? Bem, a explicação fica para o fim, no meio de um verdadeiro estado de sítio apocalíptico.
Possivelmente devido ao tema, teve outros leitores além dos milhões de seguidores de Patterson e isso permitiu o aparecimento de mais críticas desfavoráveis.
Mas a história, verdadeiramente, não merece muitas delas e será de esperar que a editora Topseller, que está a lançar as obras de Patterson no nosso país, não se acanhe e publique também este livro.
"Zoo" está escrito como um filme "série B", com uma narrativa que passa por cima de dificuldades de percurso, sem pontos mortos.
É, à sua maneira, um exemplo divertido do que pode ser a vertente mais popular deste tipo de literatura e exige, muito obviamente, um filme, um filme-catástrofe cheio de animais em fúria, com um bom número de efeitos especiais e 3D.
Nos anos setenta, houve filmes deste género, feitos com alguma imaginação e orçamentos reduzidos, num estilo de terror ecológico que depois se esgotou e o lendário "Piranha", de Joe Dante e Roger Corman (1978) é o filme mais emblemático de todos eles.
"Zoo" pode ser a base para um regresso a esse tipo de cinema e talvez James Patterson consiga ter mais sorte com esta obra relativamente ao cinema do que já teve com outras.

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