É com grande frequência que vejo nas estradas, sobretudo as secundárias, do concelho de Caldas da Rainha, carros já muito velhos além dos chamados "papa-reformas" (que são mais caros e não são para todos) conduzidos por idosos que se deslocam muito devagar, muitas vezes no meio da estrada e até tranquilamente na via contrária.
Percebe-se, e é natural, que já não têm os mesmos reflexos de outros tempos e que também não parecem ter a noção dos espaços e das velocidades. O caso mais recente foi o de um(a) idoso(a) ao volante de um velhinho Citroën
AX que seguia não à minha frente na mesma via... mas à minha frente... na outra via, de sentido contrário. Tive de buzinar, o que não gosto de fazer, para ultrapassar (a ideia de um embate desse carro que o projectasse contra mim não me agradava), a pessoa regressou à sua mão sem pressas, protestou quando eu passei... e voltou alegremente para a sua contramão.
Caldas da Rainha, como possivelmente todos ou quase todos os concelhos do interior, não tem uma rede de transportes públicos capaz fora da cidade. E mesmo os transportes públicos dentro da cidade são coisa recente.
Quem mora no interior e tem de tratar de tudo na cidade (quais juntas de freguesia, qual carapuça!) não tem alternativa senão recorrer aos familiares ou ter carro próprio. E muitas vezes já nem consegue conduzir. Mas é o que faz.
Lisboa e Porto, no entanto, têm transportes públicos, deficitários e com sindicalistas aristocratas que fazem greve para manter os seus privilégios e não para servir os interesses da população. Esses sindicalistas são os modelos actuais da aristocracia "operária" da CGTP e do PCP.
As "greves gerais" que marcam, como a de amanhã, não são para benefício da população mas para salvaguarda dos seus privilégios (pagos por nós todos ou pelos trabalhadores que ainda descontam para os sindicatos) e para tentarem cumprir as suas agendas políticas.
São "greves gerais" que nada têm a ver com o "país real".
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