Não sou fã dos guias de vinhos que começaram a nascer como cogumelos nos últimos anos, talvez por ter assistido ao modo como nasceu e se desenvolveu uma publicação que terá sido pioneira na matéria... simplesmente por não haver outra.
O "Jornal de Vinhos" nasceu no âmbito do semanário "O Jornal", para onde fui trabalhar em 1986, e às quintas-feiras começou a verificar-se um fenómeno sugestivo: ao fim da tarde desse dia, quando "O Jornal" fechava e começava a haver pouca gente na redacção, a recepção enchia-se de caixas com garrafas de vinho destinadas ao "Jornal de Vinhos" que eram, em geral, as que apareciam mencionadas nas edições seguintes desse suplemento de "O Jornal".
Nessa altura, eu já tinha começado - sob a sábia inspiração de um colega e amigo extraordinário chamado Luís de Araújo - a alargar os meus conhecimentos sobre vinhos (e a ir procurá-los, e por vezes na sua boa companhia) e fazia-me sempre alguma confusão ver como os nossos colegas da porta ao lado pareciam ficar dependentes das ofertas das empresas produtoras, mais a mais estando certo de que a administração da Projornal lhes prodigalizaria algum fundo de maneio para a aquisição de vinho, naturalmente destinado às suas científicas notas de prova.
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