segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"The Affair", de Lee Child

"The Affair", acabadinho de sair (não cá, claro), é o 16.º livro de Lee Child na sua série que tem por herói o ex-Polícia Militar Jack Reacher. E não é o melhor.
Como já aconteceu, Lee Child leva-nos ao tempo em que Jack Reacher está ainda no Exército, de onde sai devido à redução de efectivos mas também, como ficamos agora a saber, porque levou longe demais uma investigação. E, como já aconteceu, o autor dá também voz a Reacher e põe-no a narrar a história. É interessante a variação mas Reacher ganha com a narrativa na terceira pessoa.
O regresso ao passado (neste caso, a 1997, ano em que por acaso sai o primeiro título da série, "The Killing Floor") mostra-nos ainda um Reacher capaz de executar a sangue-frio quem cometeu alguns assassínios e de uma forma que não é exactamente cara a cara. E tem a menos os famosos, e divertidos, confrontos físicos de Reacher com adversários diversos que fazem parte dos cânones da série.
Em "The Affair", Lee Child leva tudo demasiado a sério. Não é isso que torna melhores as aventuras de Jack Reacher.

sábado, 29 de outubro de 2011

Dificuldades de aprendizagem

O "caso Duarte Lima" é a demonstração mais perfeita do erro cultural que as elites nacionais cometem ao pensarem que a "literatura policial" é só a dos homicídios de fantasia imaginados por Agatha Christie enquanto lavava a louça...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

A cultura do "Expresso"


Para a fogueira, talvez?
"Os livros, quase na mesma proporção do cinema (isto é, a larga maioria) são meios de produção da imbecilidade e, se fosse possível introduzir aqui alguma justiça, deviam ser taxados como o tabaco. (...) É preciso perceber que o amor universal pelo livro, a ideia de que o livro é, em si, uma coisa boa, encerra uma mentira: a de que muitos deles são nefastos e não deviam gozar de nenhuma prerrogativa." (António Guerreiro)
 
Amor com amor se paga
"No sábado, o realizador João Canijo agrediu fisicamente Francisco Ferreira, crítico de cinema do Expresso. A agressão, cometida no cinema São Jorge, foi motivada pelo simples facto de Francisco Ferreira ter atribuído duas estrelas ao último filme do realizador português. É um ato inaceitável e que revela uma estranha incapacidade de lidar com o simples exercício de crítica e liberdade de expressão. E que apenas reforça a nossa certeza de não cedermos a pressões de qualquer espécie." (Editorial)

("Expresso", 22.10.11. Foi mantida a ortografia publicada.)

sábado, 22 de outubro de 2011

Nisto sou convictamente parcial mas muito objectivo

Eurico do Amaral, à esquerda na fotografia
Os vinhos da Quinta da Fata (Vilar Seco, Nelas) são os melhores vinhos do Dão que conheço e conheço muitos, e tenho conhecido muitos, incluindo os que primeiro saíram do Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas nos anos setenta. E conheço os seus produtores, Eurico do Amaral e Maria Cremilde, que fizeram uma obra notável no domínio do turismo de habitação e, desde há alguns anos, na produção de vinho.
É por isso que não resisto - até porque as fotografias me chegaram entretanto - a destacar que o tinto Touriga Nacional de 2008 recebeu, muito merecidamente, uma medalha de ouro no International Wine Challenge (de Londres) de 2011, sendo o único vinho a receber o troféu dado a um vinho do Dão. Os pormenores estão aqui. Parabéns, pois claro!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Eu acho que há lugar para todos

Julgo que sou o único autor a escrever "thrillers" com publicação regular (seis livros em sete anos). Gostaria, no entanto, de estar enganado e de ver mais títulos de autores portugueses e não estou a falar do chamado "'thriller' histórico" ou "religioso", tipo "O Código Da Vinci", que acho execrável. 
O país é pequeno mas há "casos" que chegam para inspirar muitas histórias e há, decerto, ideias que cheguem para alimentar muitas outras obras de ficção e, até, séries de televisão e, possibilitem-no as circunstâncias, cinema.
Esta situação, para lá da condenação geral a que deve ser votada a inveja, deveria ser suficiente para impedir atitudes de bloqueio, e talvez de ciúme, por parte de quem se julga proprietário de espaços que apenas lhes são cedidos e de quem, não conseguindo ou não querendo escrever, entende que deve, à cautela, manter lugares cativos para um dia de inspiração divina.
O flagelo nota-se especialmente em sectores mais delimitados (no domínio da "literatura policial" e da "literatura fantástica", por exemplo) e está enfeitado de atitudes que se tornam ridículas, em especial quando são visíveis (e se cheiram) à distância.
Talvez um dia dê exemplos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Do blogue Tralha Útil, um comentário bem interessante sobre "Vermelho da Cor do Sangue"

Um comentário muito interessante a "Vermelho da Cor do Sangue" no blogue Tralha Útil, que reproduzo na íntegra, com o sugestivo título "A partir desta hora, não morre mais ninguém":

"Não sei se o escritor Pedro Garcia Rosado leu os álbuns da Kingpin Books, mas, para lá da homonímia dos inspectores Franco e do género (thriller), as séries C.A.O.S. (BD) e Não Matarás (romances) partilham agora a atenção concedida a personagens russas a viver em Portugal. Garcia Rosado também tem o seu russo “de estimação”, que não se chama Boris Ivanov, mas sim Serguei Tchekhov, um ex-agente do KGB mais conhecido pelo nome de guerra de Ulianov. Criado por Garcia Rosado no livro Ulianov e o Diabo, o ex-KGB regressa em Vermelho da Cor do Sangue (Asa, 2011), o novo volume da colecção Não Matarás, brilhantemente escrito e sempre empolgante. Outra semelhança, mais indirecta, com as pranchas escritas por Fernando Dordio Campos reside no facto de Garcia Rosado remeter igualmente a origem da narrativa para um período da história contemporânea portuguesa, neste caso o PREC. O eventual apoio da União Soviética a um golpe comunista no Portugal de 1975 serve de base à acção. Apesar da premissa não ser muito verosímil, em termos literários revela-se interessante como ponto de partida."

(De facto, não li ainda os álbuns de BD citados mas já percebi que são um trabalho sugestivo.)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Um elogio a "Vermelho da Cor do Sangue" nas recensões da Gulbenkian

Uma opinião que me entusiasma sobre "Vermelho das Cor do Sangue" na recensão de livros da Fundação Calouste Gulbenkian, com uma classificação de quatro estrelas e um link directo aqui:

"Depois de chamar a atenção dos leitores com o seu romance de estreia, Crimes Solitários, Pedro Garcia Rosado não tem desiludido quem passou a estar atento à sua obra. Munido com uma sólida informação de 'background' no que toca ao funcionamento de uma investigação policial, o autor confere verosimilhança aos seus relatos que são também inéditos no que toca ao realismo dos pormenores e dos diálogos. Portugal passa a ser o cenário credível de uma criminalidade violenta cujos ecos, por vezes, são notícia nos jornais. Sem medo das palavras, sem mascarar realidades cruas com descrições vagas que mais devem à poesia do que ao género policial, como sucede em muitos autores portugueses que enveredaram por este tipo de literatura, Pedro Garcia Rosado concentra os seus esforços na força que confere às personagens e às suas histórias, conseguindo uma assinalável qualidade literária. Um romance a ler com gosto."

sábado, 15 de outubro de 2011

"O Livro Sem Nome"... by Quentin Tarantino?

Eis mais um lançamento interessante da colecção 1001 Mundos da Asa (que incorporou as edições de literatura fantástica da Gailivro): "O Livro Sem Nome", de um autor apenas indicado como Anónimo.

Primeiro título de uma trilogia que inclui "The Eye of the Moon" e "The Devil's Graveyard", "O Livro Sem Nome" tem uma interessante galeria de personagens e uma delas é a de um aventureiro que dá pelo nome de Bourbon Kid (e que se transforma quando bebe "bourbon").
Passado na terra-de-ninguém de tantas aventuras que é a fronteira EUA-México, "O Livro Sem Nome" é uma amálgama bem organizada de personagens e de situações já presentes em muitas histórias, nomeadamente de filmes de acção, onde convergem traços dominantes de géneros diferenciados como o "thriller" e o fantástico, conseguindo no entanto articular bem todos os seus elementos. E é isso, aliás, que o torna mais interessante.
Mantendo-se rigorosamente anónimo, o autor (o tal Anónimo, que nem os compradores dos direitos da história, para livro ou cinema, conseguem conhecer) tem sido objecto de alguma especulação. Mas, e já que não há outros elementos, apetece dizer que se trata apenas de Quentin Tarantino, realizador, argumentista e produtor.
O seu cinema é também, em muitos casos, uma reorganização de temas e estilos (e quem não gosta de certos temas e estilos já gosta deles se tiverem a assinatura de Tarantino...). Por outro lado, a trama narrativa de "O Livro sem Nome" parece equivalecer a um projecto de argumento alargado. E, ainda, há a referência directa a um filme como "True Romance/Amor à Queima-Roupa" (um argumento realmente original de Tarantino filmado em 1992 por Tony Scott que Anónimo até diz preferir, relativamente ao outro irmão Scott, Ridley). Para lá de situações e de ambientes que só fazem lembrar os mais significativos filmes de Robert Rodriguez, realizador e produtor amigo de Tarantino.
Este será, também, um exercício divertido para quem quiser lançar-se à aventura de ler "O Livro sem Nome".

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma imbecilidade... na Fox

O grupo de canais de cabo da Fox vai concretizar à terça-feira uma imbecilidade que só pode ter nascido na cabeça de quem não sabe nem conhece os produtos que tem e o público que pode ter: consegue a proeza de concentrar à mesma hora em três dos seus canais as três melhores séries televisivas que vão estar a passar no nosso país. Tudo ao mesmo tempo!
"The Walking Dead" começa às 22 horas no canal Fox; "The Good Wife" começa às 22h10 no canal Fox Life; e "Southland" começa às 22h15 no canal Fox Crime.
Para lá do "bardamerda" com que são convictamente brindados os espectadores interessados, há outro aspecto a ter em conta: será que estas séries se arranjam na internet?...
Até a mim me desagrada, nestas circunstâncias, ter de esperar pela edição em DVD das duas que serei forçado a excluir!

Uma questão de rigor

J. Sócrates e os seus companheiros deviam exigir ser ouvidos por uma instância nacional independente para esclarecerem, em definitivo e de forma absolutamente clara, a sua responsabilidade pela situação financeira do País. E não há melhor instância do que os tribunais.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Die Hard"... 5!

O filme "Assalto ao Arranha-Céus" ("Die Hard") foi, em 1988, um marco do cinema de acção, consagrando um realizador (John McTiernan), um actor (Bruce Willis) e um estilo hiper-realista irónico, inteligente e abundante em referências que convidavam a pensar. Foi um êxito, merecido, e deu origem a uma série irregular de filmes que nunca conseguiram chegar aos calcanhares do primeiro.
Anuncia-se agora o quinto ("A Good Day to Die Hard") e, a avaliar pela descrição, dispensava-se. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"NCIS": cada vez melhor

Com a nona temporada já em exibição nos EUA (o primeiro episódio foi a 20 de Setembro), a oitava temporada da popular série "NCIS" ("Investigação Criminal") ainda não chegou à televisão portuguesa e até pode dar-se o caso de estar a ser preterida a favor de uma sua excrescência, "Investigação Criminal Los Angeles"... apenas por esta ter a portuguesa Daniela Ruah no elenco.
David McCallum e Pauley Perrette como Dr. Mallard e Abby Sciuto (© IMDB)









É pena, claro, porque "NCIS" está cada vez melhor, com a oitava temporada a aprofundar os desenvolvimentos de várias personagens e os "arcos" que unem vários episódios, incluindo as consequências da execução do assassino da mulher e e da filha por Gibbs (Mark Harmon), recuperando personagens como os pais de Gibbs, de DiNozzo (Michael Weatherly) e de Ziva (Cote de Pablo, muito melhor do que Daniela Ruah) e, sem esquecer a existência de alguns segredos por revelar, mostrando como o novo chefe, Leon Vance (Rocky Carroll), já apoia com maior convicção a sua equipa, reforçando o humor e a ironia e dando belas lições de narrativa televisiva em menos de cinquenta minutos.
(Pormenores aqui e aqui, com a oitava temporada já à venda aqui.)  



domingo, 9 de outubro de 2011

Um esclarecimento do embaixador Francisco Seixas da Costa

A propósito desta nota, recebi um e-mail do embaixador Francisco Seixas da Costa, que aqui publico na íntegra:

"Vi que tomou por boa, no que toca ao embaixador de Portugal em Paris, a notícia publicada no CM. Não tenho a pretensão de que possa proceder de forma idêntica no tocante à minha palavra, mas gostava que soubesse que não apenas não fazia a mínima ideia que o engº José Sócrates tivesse tido quaisquer dificuldades na sua entrada para SciencesPo, como nunca tive o mais leve contacto com nenhum responsável dessa instituição com vista a ultrapassar tais alegadas dificuldades. Mas o que é a palavra de um servidor público com 40 anos de exercício face a uma "boca" mediática?"

Respeito este esclarecimento e o ponto de vista afirmado pelo embaixador Francisco Pereira da Costa sobre a questão que envolve o seu nome, devendo também lamentar a "'boca' mediática" que, por abordar também outro assunto, ainda aqui mantenho.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O que anda a fazer um dos candidatos às próximas eleições presidenciais

Em Junho, o "Sol" noticiou isto:

"José Sócrates poderá assumir, em breve, a função de representante de várias empresas brasileiras de topo para Portugal e toda a União Europeia – apurou o SOL junto de fontes próximas do Governo brasileiro.
A proposta e o convite foram intermediados pelo ex-Presidente Lula e pela actual Presidente Dilma Rousseff, ambos com estreitas ligações pessoais e políticas a Sócrates. E, na sua visita a Lisboa no final de Março, por ocasião do doutoramento honoris causa de Lula da Silva pela Universidade de Coimbra, Dilma terá reafirmado a Sócrates – já então primeiro-ministro demissionário – o seu empenho para que aceitasse o cargo."

Houve quem dissesse que não era verdade.
Agora, quatro meses depois, a propósito de duas recusas iniciais da admissão da "licenciatura domingueira" do ex-primeiro-ministro num instituto da Sobornne, o "Correio da Manhã" noticia:

"(...) À terceira lá foi aceite nos estudos de Filosofia, mas para isso teve de entrar em acção o diplomata Francisco Seixas da Costa, embaixador de Portugal na capital francesa, que mexeu e remexeu os cordelinhos necessários para permitir a entrada do ex-chefe de governo na universidade.

É útil saber-se o que ele anda a fazer...