"Esfaqueamentos". Já banais. Sem mais, como se as facas agissem sozinhas. Sem que se saiba quem foi, ou por que motivo(s) o fizeram.
Os dirigentes políticos atiram umas eructações de circunstância e varrem o assunto para debaixo dos tapetes amplos das autoridades policiais. E a imprensa junta a indiferença à complacência, numa curiosa cumplicidade objectiva com os perpetradores...
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E pronto, vinte e quatro horas depois, aqui está o que tende a ficar escondido.
A imprensa encobre o contexto social (racial, étnico, chamem-lhe o que quiserem) do acto de violência de Southport, mas depois vê-se isto: o ataque, como retaliação, a uma mesquita; os rumores sobre o atacante, que não será "refugiado", mas apenas "nascido em Inglaterra".
Porque, como toda a gente sabe, há os "ingleses" e os "nascidos em Inglaterra"...
Esta hipocrisia imbecil contribui, objectivamente, para criar um manto de censura sobre o que são acontecimentos sociais graves, com consequências políticas de médio e longo prazo que devem ser analisadas sem alarmismos nem preconceitos.
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