quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Fantômas, de novo!





— Fantômas!

— Que diz?

— Digo... Fantômas.

— Que significa?

— Nada... e tudo!

— Mas quem é Fantômas?

— Ninguém... mas, no entanto, alguém!

— Enfim, mas que faz esse alguém?

— Medo!!!

(Do primeiro volume, "Fantômas!", da edição portuguesa, de 1952, com tradução de António Feio.)


Edgar Rice Burroughs, Jules Verne, Emilio Salgari... até Karl May. E H. P. Lovecraft, essencial. E se estes autores e outros, os de ficção científica da Colecção Argonauta e os dos thrillers da Colecção Vampiro, preencheram as minhas leituras da adolescência, houve dois autores que talvez tenham sido os mais influentes: os franceses Pierre Souvestre e Marcel Allain.

Foram eles os criadores de uma série de trinta e dois romances publicados em França, em sequência entre 1911 e 1913. Em Portugal foram publicados a partir de 1952 pela editora Dois Continentes/Civilização e eu consegui lê-los todos. 

A história, sobre um criminoso formidável conhecido apenas por Fantômas, está intimamente ligada à realidade francesa do princípio do século passado, mas a força da sua narrativa não perde com os cem anos que já passaram sobre a obra original. E, de certa forma, foi deixando a sua marca em muitas outras histórias ao longo dos anos, tanto na caracterização das principais personagens como no modo viciante como se desenvolve. Fantômas vive, por exemplo, na extraordinária figura televisiva de Raymond Reddington, da série televisiva "The Black List", e no superciminoso Keyser Sozé de "Os Suspeitos do Costume".

Decepcionado com o que parece ser uma tendência empobrecedora dos thrillers contemporâneos, que estão a ficar cheios de estereótipos (como vi, a certa altura, na ficção científica e no fantástico, o que me fez voltar para o "policial"), decidi regressar a Fantômas.

A minha primeira opção acabou por ser a edição integral da editora francesa Robert Laffont, mas, estando razoavelmente à vontade com francês padrão dos nossos dias, senti algumas dificuldades com os textos originais. E em dois alfarrabistas encontrei um conjunto de quase vinte números da colecção original portuguesa. 

E, para já (volumes 1 e 2), a coisa promete...




quarta-feira, 28 de setembro de 2022

O fim do pluralismo e a duvidosa ascensão do pensamento único

Houve uma época em que, na imprensa escrita, o pluralismo de opiniões e a separação clara entre a opinião e a notícia eram valores a preservar. 

Foi uma época em que a maior parte dos jornais existentes se encostou, ou nasceu de, sectores políticos e partidários bem claros e em que, por rejeição do público comprador de jornais ou por opção dos próprios, os casos mais extremos acabaram por desaparecer.

Os exemplos não faltam: "o diário" (criado pelo PCP); "o jornal" (onde se cristalizou uma corrente política que, à luz de hoje, se poderia caracterizar por favorável ao PS e ao BE e a sectores militares vagamente de esquerda); "A Luta" (do PS); "Tempo" (muito ligado a sectores do PSD); "Semanário" (PSD e CDS). Nenhum sobreviveu. 

A opção pluralista morreu. Foi morrendo, a pouco e pouco, graças a uma combinação de factores tão diversos como o afastamento dos jornalistas mais velhos, a entrada de uma geração com simpatias bem claras pelo PS e pelo BE e muito dada às "causas" ou a criação de projectos de base jornalística para promover pessoas e correntes de opinião. 

Não há excepções na imprensa do "mainstream" e mesmo um meio de comunicação que parece muito liberal em matéria de pontos de vista, como o santarrão "Expresso", revela a sua ausência de pluralismo: não se lhe conhece uma matéria que não seja simpática para com o governo de Kiev na actual crise ucraniana, nem se recorda uma matéria que pusesse em causa as orientações nada "científicas" do Governo contra o vírus SARS-CoV-2.

Este estreitamento de pontos de vista desenvolveu-se acentuadamente na época da troika (contra o governo PSD/CDS), floresceu com a "geringonça", cristalizou-se no combate às "bêtes noirs" da moda (Angela Merkel, Donald Trump, Jair Bolsonaro... e agora a italiana Giorgia Meloni), consolidou-se nos anos de chumbo dos confinamentos (2020 e 2021) com o pretexto da ex-pandemia ... e atingiu um apogeu orgástico com a crise ucraniana. Raciocinar ou debater fora destes limites acaba por ser proibido.

Nisto, o "Público", como se fosse um "o diário" de novo tipo, está, nitidamente, na vanguarda. Aliás, o "Público" é um caso paradigmático. 

Nasceu de um grupo de distribuição comercial, continua a ser suportado pelos mesmos financiadores por muito dinheiro que perca, enche-se de pruridos sem o brilhantismo que a certa altura o caracterizou e serve os interesses de alguns que já não encontrarão trabalho noutros meios e, como instrumento de presumido prestígio, dos seus patrões da Sonae.

Vejam-se estes dois exemplos seus, relativos a duas "causas" queridas do pensamento único:


No passado domingo, dia de eleições em Itália, o "Público" mostrava-se angustiado com a possível escolha dos eleitores italianos... sem se ter angustiado com o golpe de Estado parlamentar que criou a "geringonça" da esquerda derrotada nas eleições portuguesas de 2015



A opinião sobrepõe-se à notícia: os referendos citados são desde logo classificados como "pretensos", "fictícios" e "supostos".


No que se refere, ainda, à crise ucraniana, o fim do pluralismo e a imposição de um dogma e de um pensamento único são objecto de afirmação diária pelo "Observador". Vejam-se estes mimos: não há parte contrária, só prevalece o ponto de vista do presidente do governo de Kiev:





















O enlevo pelo governo de Kiev e pelo seu presidente vai a um ponto tal que é legítimo ao céptico interrogar-se se, além da identidade doutrinária com o ex-comediante, o "Observador" é movido por algo mais vulgar. 

Se o governo de Kiev soube afirmar-se pela comunicação política, também saberá que a comunicação política exige, por vezes, mais do que o simples "lobbying" e que é necessário contratar empresas especializadas e gastar dinheiro, de forma directa ou indirecta, a comprar favores noticiosos. 

Será o "Observador" um beneficiário do investimento do governo de Kiev na catequização da opinião pública?

No mundo pantanoso da imprensa dos nossos dias, todas as suspeitas e todas as desconfianças são mais do que legítimas.




domingo, 25 de setembro de 2022

Venham recolher a porcaria que fizeram, sff!

 



Algum dos filhos-da-puta que andaram a espalhar as fitas de plástico pela Serra do Bouro (Caldas da Rainha) pode vir recolher o lixo que fizeram?

Andam com o ambiente, a "sustentabilidade", as alterações climáticas na boca e depois, onde põem as patas, só sujam...




sábado, 24 de setembro de 2022

El Almacén Portugués: bons produtos de Portugal no "on line" espanhol

 

... E para que não se diga que só falo de desgraças, aqui um aspecto interessante: existe em Espanha um site de venda on line de produtos portugueses para o mercado espanhol.




Chama-se El Almacén Portugués (https://www.elalmacenportugues.com) e apresenta "os melhores produtos de Portugal para a tua casa", num leque de produtos que vai dos têxteis à louça, passando pelo bacalhau seco e pelos vinhos do Porto e verde. Com destaque para a louça artesanal de Caldas da Rainha.



El Almacén Portugués não vende para Portugal, mas uma visita a este "armazém" faz bem ao ego de quem gosta de ver os produtos nacionais merecidamente promovidos no estrangeiro.





sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Serviço de entregas da Rádio Popular: incompetência, incumprimento e desrespeito pelo cliente


Na passada terça-feira, dia 20, comprei um electrodoméstico grande na loja da Rádio Popular de Caldas da Rainha. A entrega ficou prevista para quinta-feira, dia 22, de manhã, com uma informação suplementar: receberia um telefonema pouco antes da entrega.

No dia 22, às 11h05, recebi o seguinte SMS: "A sua encomenda sera [assim, sem acento] entregue dentro de 30/45m. Verifique o estado dos artigos e assine a guia de entrega."

Ou seja, a encomenda seria entregue entre as 11h35 e as 11h50. Mas não foi.

Já passava do meio-dia quando telefonei para o número único da Rádio Popular, no Norte. A única informação útil (?!) era a de que o electrodoméstico seria entregue no turno da manhã (da distribuição). Ou seja, até às 14h00. Quanto ao SMS? Zero de esclarecimento.

Às 14h00 nada tinha sido entregue. Telefonei pela segunda vez. Disseram-me que me informariam depois de tentarem saber o que se passava, ou qualquer coisa do género.

Já passava das 16h00 quando telefonei pela terceira vez. Porque informarem-me é que não. Fiquei a saber que tinham "reportado à distribuidora" e que (a mesma conversa...) me informariam depois de tentarem saber o que se passava, ou qualquer coisa do género.

Comecei a procurar outro estabelecimento onde poderia encontrar o mesmo electrodoméstico e, antes disso, o momento-limite em que iria anular a compra à Rádio Popular e reaver o dinheiro.

Pouco depois das 17h00 apareceu a distribuidora, na pessoa de dois cidadãos de origem brasileira que, sem qualquer explicação a respeito do atraso na entrega, instalaram o electrodoméstico no sítio dele, levando o que foi substituído.

Da Rádio Popular não tive nenhum telefonema. Não quiseram, sequer, ter a gentileza de se desculparem pelo serviço de merda que prestaram.

O resultado é este: nunca mais farei uma compra na Rádio Popular que implique entrega ao domicílio. Ou seja, muito provavelmente: a Rádio Popular perdeu um cliente.

Não sei das finanças da dita empresa, mas, e só por curiosidade, a compra que lhes fiz valeu-lhes cerca de 1000€. Posso, ou não, vir a gastar idêntica quantia, ou menos ou mais, noutro electrodoméstico de que necessite. 

Mas de mim a Rádio Popular já não leva a ponta de um corno.






[Actualização em 11.10.2022]

Foram precisos 17 (dezassete) dias para a Rádio Popular me pedir desculpa, respondendo à reclamação que, no dia 22 de Setembro, fez no Livro de Reclamações electrónico. 

Foi isto, com transcrição integral (que nada muda na minha apreciação da trapalhada):

Gostaríamos de apresentar o nosso sincero pedido de desculpas, pelo transtorno causado e que diz respeito à entrega do artigo COMBINADO LG GBF 567 PZCMB, adquirido na RP Caldas Rainha com a fatura FS 1480A/442345.

Informamos que não foi possível cumprirmos o período da entrega agendada em loja, devido a problemas logístico. Tendo o artigo sido entregue a V.Exa a 22.09.2022 no período da tarde, na expectativa que esteja a funcionar em perfeitas condições.

 

Ou seja:








Um ano depois: a fraude política e o desastre

 



Granja, na Serra do Bouro: uma obra por concluir há dois anos

Em 26 de Setembro de 2021, um empresário de Caldas da Rainha chamado Vítor Marques, ganhou as eleições autárquicas e chegou a presidente da Câmara Municipal.

Fê-lo com um movimento "independente" a que chamou "Vamos Mudar" e, com a presidência da câmara, ganhou algumas juntas de freguesia. O seu adversário, derrotado, foi um burocrata do PSD chamado Tinta Ferreira.

Um ano depois, o balanço que se pode fazer de doze meses de gestão municipal por parte de Vítor Marques e de algumas pessoas que chegaram com ele ao poder, mostra uma tendência clara para o desastre, ensombrada por o que não pode deixar de ser visto como uma fraude política. 

Porque a ausência de mudanças é uma aposta clara no retrocesso. E o que se vê é, ao contrário do que era proclamado, nada mudou. Os problemas que existiam mantiveram-se, agravando-se pela inexistência de acção pública da Câmara Municipal e das juntas de freguesias dominadas pelos eleitos do "Vamos Mudar". 

Uma coisa são os discursos e os escritos do novo presidente, outra coisa é aquilo que a Câmara Municipal faz. 

Não há uma obra concluída, não há manutenção e melhoria de espaços e, a avaliar pelo que se passa na Serra do Bouro, onde resido, tudo ficou como estava há um ano: ruas esburacadas e com fendas profundas depois de terem sido pavimentadas há dois anos, placas toponímicas inexistentes ou tipo lápidas funerárias, bermas por terminar, lixo acumulado... tudo o que já estava bem visível em 16 de Setembro de 2021. E, neste âmbito, a passagem do tempo sem que nada se resolva só agrava os problemas. Ano após ano.

O melhor exemplo, pelo simbolismo de que se reveste e pelos reduzidos encargos que teria, é o da pequena rotunda da fotografia, no sítio conhecido como Granja, na Serra do Bouro. 

Parecendo sobredimensionada, terá evitado os frequentes acidentes de viação. Foi construída em Agosto de 2020, mas o seu centro ficou como está: por terminar, com um cano dobrado, num monumento à incúria e à incompetência autárquicas. Esta fotografia foi tirada no ano passado e, este ano, o que há a mais são ervas que foram crescendo. E só não há sacos de lixo porque, para os depositar no local, é necessário atravessar a rua. 

Custaria muito "fechar" a obra com uma qualquer cobertura de pedra, por exemplo? Não.

Se a situação de Caldas da Rainha é um desastre, Vítor Marques não deve, pessoal e politicamente, ter razões de queixa. Politicamente, subiu na vida. Chegou a presidente de câmara e, grande triunfo!, até teve um artigo publicado no "Diário de Notícias". O ambiciona, a seguir? Ser, nas próximas eleições autárquicas, ser candidato à Câmara Municipal pelo PS, com quem se apressou a entender-se? Ser, depois, deputado por este partido no Parlamento? A ambição não tem limites. Mas o que vai ficando não o torna recomendável.

Em Junho deste ano publiquei aqui um texto sobre o exclusivo de venda de bebidas num certame co-organizado pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 

A empresa que ficou com esse exclusivo foi a empresa do presidente da câmara. O que escrevi não só não foi esclarecido por Vítor Marques como não foi negado. Todas as entidades envolvidas optaram pelo silêncio, recusando-se a esclarecer este "caso". Aliás, Vítor Marques já cultiva uma arrogância que o leva a não responder às perguntas que os cidadãos eleitores lhe dirigem. Mas, mesmo que os jornais locais não lhe mordam a mão (abençoada Câmara Municipal, que os vai sustentando), as coisas vão-se sabendo.

Em termos práticos, o modo como o "Vamos Mudar" evoluiu ao longo destes doze meses, passando de uma candidatura eleitoral, que parecia abrangente, a uma espécie de partido unipessoal dirigido por Vítor Marques, é um verdadeiro acto de traição para com os seus eleitores. E, aliás, nem é a primeira vez que tal acontece.

Nesta perspectiva, e no domínio político, o "Vamos Mudar" é uma fraude, uma fraude política: fez de conta que era uma coisa e só serviu para beneficiar quem o criou e encabeçou.

É disto que gostam os eleitores de Caldas da Rainha?


Nada mudou.



quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Dois anos depois...




"O trânsito a que a via irá ficar submetida encarregar-se-á de impedir a vegetação de crescer", escrevia o então presidente, Tinta Ferreira, em 12 de Fevereiro de 2021, a respeito das obras da querida Cimalha

 

Em Setembro de 2020, treze meses depois de adjudicadas e a um ano de eleições autárquicas, foram feitas obras de pavimentação na Serra do Bouro (Caldas da Rainha) por uma das empresas favoritas da anterior gestão municipal, a Cimalha - Construções da Batalha, SA (NIPC 500777462), no âmbito de um plano de Repavimentação de Vias na Zona Poente / 2018 (Salir do Porto, Serra do Bouro, Tornada, Nadadouro e Foz do Arelho - Lote 2" pelo valor de 304 793.45€ + IVA.

Um dos aspectos lamentáveis que envolveram estas obras, a que me referi em pormenor aqui, foi o que parecia ser a débil camada de pavimento recebida em quinhentos metros ainda não pavimentados da Rua Vasco da Gama, onde começaram a brotar plantas pouco tempo depois da pavimentação.

Fiz, nessa altura, várias perguntas ao então presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e uma delas era sobre esta situação. 

resposta (o anterior presidente, Tinta Ferreira, respondia aos munícipes, mesmo que contrariado, o que o actual não faz) foi, textualmente, esta: "A espessura das camadas é a definida em caderno de encargos e sujeita a confirmação após execução de carotes. Compreende-se que não seja expectável que num simples caminho sinuoso e com pouco mais de 3m de largura sejam aplicadas as (novas) camadas de pavimento de uma via de maior importância. As espessuras adotadas são aquelas que melhor relação apresentam entre custo e eficácia. Pode parecer estranho a quem não conhece de pavimentação de vias o aparecimento de vegetação, especialmente junto das bermas, em pavimentos betuminosos recentes de uma só camada mas de um fenómeno relativamente frequente e por regra não preocupante. O trânsito a que a via irá ficar submetida encarregar-se-á de impedir a vegetação de crescer. É o jogo de forças entre a intervenção humana e a natureza que dita o quem vence. Neste caso venceu primeiro a natureza."

Hoje, dois anos passados sobre as ditas obras e um ano e sete meses depois da resposta do então presidente, o resultado é o que está à vista nestas fotografias: fendas profundas (que alguém parece ter querido mascarar) e plantas a brotar pelo pavimento. 

Fica por saber se o ex-presidente voltaria, hoje, a pôr a sua assinatura numa resposta tão ridícula como débil e desmentida pelos factos.

A situação será, com certeza, do conhecimento dos que nesta altura dirigem a Câmara Municipal de Caldas da Rainha e a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, os tais que prometiam, há um ano, que "vamos mudar". Mas a estes já voltaremos...


quarta-feira, 21 de setembro de 2022

A baleia na poltrona



Agarrada ao telelé,
a baleia na poltrona
despreza o cão que tem,
perdida na sua   ona.

Fugido ou atropelado,
Doente ou mutilado,
Perseguido ou atacado,
Anda o cão ao-Deus-dará.

Ela metida na poltrona,
Ele na peida é que é bom,
São os reis da rua deles,
Esburacados a rua e eles.




terça-feira, 20 de setembro de 2022

Ler jornais já não é saber mais (156): a falta de ética e de deontologia do "Público"

Uma coisa é a notícia, outra é o comentário (que inclui, normalmente, um ponto de vista). Este é o padrão do jornalismo. 


"Público", 20.09.2022

Não é isso que se verifica nesta sucessão de "notícias" do "Público" sobre a crise ucraniana e referendos em regiões ucranianas que estão sob ocupação militar da Federação Russa, onde só tem validade e cabimento, sem contraditório nem distanciamento, a perspectiva do governo de Kiev.

Não é honesto, nem deontológica ou eticamente correcto, que estas "notícias" apresentem o qualificativo de "pretensos", "supostos" e "fictícios" (citando só uma das partes) para os referendos. 

Se o são, se vão ser isso tudo, é coisa que terá de ser confirmada.

Não é com jornalismo assim (que é jornalixo) que se fica "a saber mais". 






domingo, 18 de setembro de 2022

Ler jornais já não é saber mais (155): jornalismo de investigação, para variar

www.talequal.pt


Suponho que esta ainda não se sabia, ou, pelo menos, não me recordo de alguma vez ter sido assim noticiado: o agora empresário Paulo Portas (que, muito obviamente, gostaria de ser Presidente da República) foi entalado em Julho de 2013 pelo então poderoso Ricardo Salgado, que não o deixou demitir-se do governo nessa altura encabeçado por Pedro Passos Coelho.

O episódio foi contado pelo "Tal&Qual" do passado dia 19, num raro exemplo de jornalismo de investigação, a partir do depoimento do primo de Salgado, o também banqueiro José Maria Ricciardi, que viu o então ministro demissionário a chegar ao último andar da sede do Banco Espírito Santo, na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, onde teria sido chamado por Salgado. O depoimento de Ricciardi foi prestado ao procurador Rosário Teixeira e ao inspector tributário Paulo Silva, em Fevereiro de 2017, no âmbito da Operação Marquês.

Segundo Ricciardi, o banqueiro (já com o BES em crise e sem conseguir que o governo de Passos Coelho o apoiasse, como outros políticos fizeram) terá forçado Portas a recuar na demissão, que deixou de ser "irrevogável", e a regressar ao Governo.

Paulo Portas, que aos comandos do falecido "O Independente", massacrou muita gente, não se livra da suspeita que o "Tal&Qual" não deixa de evocar, sugerindo que Ricardo Salgado teria elementos capazes de obrigar o político a fazer o que ele queria. Seria o negócio dos submarinos (decidido por um governo de António Guterres, mas concretizado por Portas na qualidade de ministro da Defesa, que deu uma comissão de 27 milhões de euros à Escom, do Grupo Espírito Santo, em troca da sua assessoria).

Ou isso ou, por exemplo, a concretização da famosa paixão, eventualmente cinéfila, de Portas pela actriz francesa Catherine Deneuve. Mas a isso já o "Tal&Qual" não se refere.

Veremos como vai ser até às eleições presidenciais...









A ASAE a andar aos bonés

 

"Jornal das Caldas", 14.09.22








quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Algum dos cabrõezinhos...

... que andaram a espalhar estas fitas de plástico na Serra do Bouro, e que me parecem ser uns rapazotes de São Martinho do Porto, pode fazer o favor de vir apanhar o lixo?




segunda-feira, 12 de setembro de 2022

EDP/e-Redes - A Crónica das Trevas (97): porque não está a chover...

  ... a electricidade faltou. Às 20h45.

Haverá uma explicação racional, técnica, científica, tecnológica, etc., para esta correlação entre o aparecimento de chuva ou de nevoeiro e os apagões?

É evidente que não.





EDP/e-Redes - A Crónica das Trevas (96): porque está a chover...

 ... a electricidade faltou. Às 6h15.

Haverá uma explicação racional, técnica, científica, tecnológica, etc., para esta correlação entre o aparecimento de chuva ou de nevoeiro e os apagões?

Não creio.


 









domingo, 4 de setembro de 2022

Figuras tristes

O idiota tira o iate dos esconsos do terreno, faz manobras para trás e para a frente porque a zona do portão ficou mal concebido, tenta pôr o bólide e a embarcação em movimento... mas o cão não quer ficar e sai pelo portão para ir ter com os donos.

Ela, a baleia, chama o cão e manda-o para casa. Mas o portão continua aberto e o cão vai saindo e a baleia continua a mandá-lo entrar.

O cão entra. Os tipos fecham o portão. Lá seguem o bólide e o magnífico iate. 

E o cão lá sai pelo buraco que abriu mais recentemente na rede (e que não tapam...) e lá vai ele, atrás dos donos ou a dar uma volta que só ele sabe por onde.

Ele é que não faz figura de parvo...






Gente porca

Ou são escuteiros (fitas amarelas e pretas), ou são bêtêtês, ou são até bombeiros, como já vi, andam a espalhar plásticos pelo mato e ao longo de caminhos e de estradas, fazem os seus desfiles muito amigos do ambiente e muito ecológicos e as alterações climáticas e tal, e depois quem quiser que as apanhe, que eles é que não voltam para limpar a porcaria que fazem.

Que filhos-da-puta!...










quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Notas de prova

 

Martha's   Tinto 2019 — DOC Douro
Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz
Gold Mountains Company, Lda., Santa Marta de Penaguião
13% vol.
Muito bom.
(Bebido no restaurante O Recanto, em Caldas da Rainha, 
a acompanhar pratos diversos)




Terra Chã   Tinto 2021 — IGP Tejo
Castelão, Touriga-Nacional e Tinta Roriz
Quinta do Conde, Porto de Muge, Valada
13% vol.
Bom!
(Bebido no restaurante O Recanto, em Caldas da Rainha, 
a acompanhar pratos diversos)



Terra Chã   Tinto 2019— IGP Tejo
Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Merlot
Quinta do Conde, Porto de Muge, Valada
13,5% vol.
Bom!



Pomar do Espírito Santo   Tinto 2018 — Vinho Regional Lisboa
Touriga Nacional, Aragonês e Castelão
Manzwine, Cheleiros
14% vol.
Bom!




Quinta da Alorna   Tinto 2019— Vinho Regional Tejo
Tinta Roriz, castelão, Syrah e Alicante Bouschet
Quinta da Alorna, Carregueira
13,5% vol.
Bom.



Vale d'Algares Selection Red  Tinto 2018 — Vinho Regional Lisboa
Merlot
Quinta da Terra Grande, Vila Chã de Ourique
13% vol.
Bom.



Pacheca   Escolha 2018 — DOC Douro
Touriga Franca, Tinta Roriz e Touriga Nacional
Quinta da Pacheca, Cambres, Lamego
13% vol.
Bom!