quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Dois anos depois...




"O trânsito a que a via irá ficar submetida encarregar-se-á de impedir a vegetação de crescer", escrevia o então presidente, Tinta Ferreira, em 12 de Fevereiro de 2021, a respeito das obras da querida Cimalha

 

Em Setembro de 2020, treze meses depois de adjudicadas e a um ano de eleições autárquicas, foram feitas obras de pavimentação na Serra do Bouro (Caldas da Rainha) por uma das empresas favoritas da anterior gestão municipal, a Cimalha - Construções da Batalha, SA (NIPC 500777462), no âmbito de um plano de Repavimentação de Vias na Zona Poente / 2018 (Salir do Porto, Serra do Bouro, Tornada, Nadadouro e Foz do Arelho - Lote 2" pelo valor de 304 793.45€ + IVA.

Um dos aspectos lamentáveis que envolveram estas obras, a que me referi em pormenor aqui, foi o que parecia ser a débil camada de pavimento recebida em quinhentos metros ainda não pavimentados da Rua Vasco da Gama, onde começaram a brotar plantas pouco tempo depois da pavimentação.

Fiz, nessa altura, várias perguntas ao então presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e uma delas era sobre esta situação. 

resposta (o anterior presidente, Tinta Ferreira, respondia aos munícipes, mesmo que contrariado, o que o actual não faz) foi, textualmente, esta: "A espessura das camadas é a definida em caderno de encargos e sujeita a confirmação após execução de carotes. Compreende-se que não seja expectável que num simples caminho sinuoso e com pouco mais de 3m de largura sejam aplicadas as (novas) camadas de pavimento de uma via de maior importância. As espessuras adotadas são aquelas que melhor relação apresentam entre custo e eficácia. Pode parecer estranho a quem não conhece de pavimentação de vias o aparecimento de vegetação, especialmente junto das bermas, em pavimentos betuminosos recentes de uma só camada mas de um fenómeno relativamente frequente e por regra não preocupante. O trânsito a que a via irá ficar submetida encarregar-se-á de impedir a vegetação de crescer. É o jogo de forças entre a intervenção humana e a natureza que dita o quem vence. Neste caso venceu primeiro a natureza."

Hoje, dois anos passados sobre as ditas obras e um ano e sete meses depois da resposta do então presidente, o resultado é o que está à vista nestas fotografias: fendas profundas (que alguém parece ter querido mascarar) e plantas a brotar pelo pavimento. 

Fica por saber se o ex-presidente voltaria, hoje, a pôr a sua assinatura numa resposta tão ridícula como débil e desmentida pelos factos.

A situação será, com certeza, do conhecimento dos que nesta altura dirigem a Câmara Municipal de Caldas da Rainha e a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, os tais que prometiam, há um ano, que "vamos mudar". Mas a estes já voltaremos...


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