A maçuda e pretensiosa "Revista do Expresso", do mais pretensioso de todos os jornais portugueses, mostrou na sua edição mais recente (29/06/2019) uma outra face da crise que afecta a generalidade da imprensa nacional.
Foram selecionadas 50 criaturas que, espalhadas por 15 páginas, são apresentadas como os (mais?) "poderosos, influentes, inovadores, provocadores e consagrados que marcaram a nossa vida no último".
Esperar-se-iam retratos jornalísticos: o que são (com maior pormenor) essas pessoas, o que valem, quanto valem, o que irão fazer, as suas possibilidades de manterem a sua condição de "poderosos", o que influenciam e quem, qual a sua relação com o poder político e económico.
Não é o que acontece, e o que se encontra nas 15 páginas são elogios, de todas as formas e feitios e alguns nada transparentes, onde todos os elogiados são uns amores de pessoas, elogios esses que, numa perspectiva geral, não parecem ser nada inocentes, ou "objectivos".
O jornalismo, no entanto, não é isto.
A crise (económica, institucional, de competências, profissional, de imaginação e criatividade) da imprensa nacional está bem expressa nesta lastimável opção.
E só gostava de saber o que pensam algumas pessoas que, supondo ainda estarem vivas e sobreviventes nestes meios, conheci noutros tempos como sendo defensoras de um jornalismo de valores absolutos.
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