sábado, 20 de julho de 2019

A censura (ainda) escondida

Veja, leitor, a pequena notícia com vídeo a que este link o conduz e depois faça-me o favor de ler o seguinte:

1 - Na notícia não se escreve que a "família" citada é de etnia cigana.
2 - No vídeo, porém, é manifestamente óbvio que os "zaragateiros" são de etnia cigana, pelo modo como se vestem (sobretudo as mulheres, obrigadas a vestirem-se por normas que os códigos legais portugueses não acolhem).
3 - É sabido, pelas regras comuns de experiência (fórmula que a jurisprudência acolhe), que este tipo de distúrbio é, em geral, provocados por grupos familiares ciganos. Podiam ser negros a fazê-lo ou brancos mas, nesse caso, também as regras comuns de experiência mostram que seriam grupos da chamada criminalidade organizada e com armas de fogo. Não é, manifestamente, o caso.
4 - Ao omitir um elemento fundamental (a tipicidade do comportamento), o jornal (o sacrílego "Correio da Manhã") está a fazer censura. E não há que ter medo das palavras: é censura.
5 - A imprensa escrita está mergulhada numa crise da qual, acredito eu, já não sairá. Este tipo de omissão da realidade (que as redes sociais põem, e por vezes mal, a descoberto) não credibiliza os jornais. Nem os jornalistas. Não leva a que se comprem jornais.
6 - Não é por uma notícia, de um acontecimento fortuito, se referir à característica da etnia que á sua "personagem" que vamos, no limite, ter campos de concentração e de extermínio para as minorias. O que já vamos tendo é o constrangimento da liberdade de imprensa e em sentido absolutamente negativo. A repressão das liberdades é sempre um perigo. E, sempre, apenas um começo.

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