O que interessa, para esta gente, é o que está enterrado debaixo disto tudo |
Talvez fosse uma obra arquitectónica extraordinariamente inovadora, um monumento impressionante de arte contemporânea, um intransponível objecto de culto capaz de atrair turistas de todo o mundo, algo que rivalizasse com as maravilhas do mundo inteiro. Ou, mesmo, comparável em termos de composição visual, com as paredes de algumas estações do Metropolitano de Lisboa, numa perspectiva evidentemente modesta.
Mas não. O parque de estacionamento subterrâneo que demorou quase dois anos a construir no centro da cidade de Caldas da Rainha é um "parking" tristonho, decorado a trinchas de tinta, enterrado numa praça que agora até consegue ser mais pequena.
Se já não se percebia a necessidade de enterrar dinheiro numa obra desnecessária (a capital do concelho de Caldas da Rainha não tinha problemas de estacionamento), menos se percebe ainda o melancólico ratinho que foi parido pela montanha de ambições pessoais e outras e de evidentes cumplicidades da "nova dinâmica".
Depois, o que se vê debaixo do chão é isto que as imagens documentam.
Às três da tarde de hoje, primeiro dia útil de funcionamento da coisa e completamente grátis, o modesto primeiro piso estava cheio. O segundo estava praticamente deserto.
Vamos ver como vai ser quando o parque for pago.
Eu não sei, como suponho que todos nós não sabemos, se há algum plano de exploração do parque que compense o dinheiro nele enterrado pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha. Mas, havendo ou não, não acredito que a obra se pague por si.
E nesse caso... seremos todos nós a pagar o buraco que o presidente quis deixar na "sua" praça, talvez a pensar que é assim que se atinge a glória no municipalismo português. Mas, como já é costume, anda enganado ou alguém o enganou.
O primeiro dos dois pisos encheu-se em dia de estacionamento grátis... |
... mas o segundo ficou vazio, apesar da "borla" |
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