Já aqui escrevi sobre "Engrenages", uma série policial francesa que mostrou que não é só nos EUA que se fazem séries de alta qualidade. "Braquo" é outro exemplo interessante, a vários níveis.
Assentando no modelo de um grupo de polícias que, neste caso, andam mais pelo lado errado da lei do que pelo lado certo, "Braquo" é da autoria de Olivier Marchal (ex-polícia, argumentista e actor) e desenvolveu-se em três andamentos: a primeira temporada em 2009, a segunda em 2011 e a terceira já este ano.
Há uma diferença assinalável de tom entre as duas primeiras temporadas (as únicas que se podem ver em DVD) e essa diferença ilustra todas as opções do "thriller" televisivo e das vantagens que a televisão oferece (ambas as temporadas têm oito episódios, com cerca de 50 minutos cada).
Na primeira temporada, a história é mais intensa e mais contida, menos movimentada mais de uma violência interior e sombria que a torna quase deprimente. Mas na segunda tudo muda e irrompe uma história de política e ex-militares, com uma cobiçada super-arma e até o presidente de Angola (com o sugestivo apelido de Luisiadas) e desenvolvimentos que a tornam confusa.
O contraste entre as duas temporadas ilustra bem o que pode ser uma opção mais intelectual por oposição a uma opção mais popular e a primeira sai distintamente a ganhar.
De qualquer modo, e na dúvida (sem conhecer a temporada 3), recomendo-a. A quem gosta do género e a quem, na televisão portuguesa, teria a obrigação de procurar outras inspirações...
Quatro polícias quem sempre parecem sê-lo |
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