As obras mal planeadas que devastam a cidade de Caldas da Rainha, os subsídios camarários, a agenda do presidente da Câmara, as actas da Assembleia Municipal que estão por conhecer e a transparência das suas decisões e das decisões da Câmara, a queda de Caldas da Rainha nos índices de desenvolvimento regional, o Hospital Termal, a TV Caldas, a contratação de serviços pela Câmara, indemnizações por suspensões de obras, o inquérito ao "caso do gasóleo camarário", a aquisição do edifício da Expoeste/ADIO, a compra do terreno da EBI de Santo Onofre, o balanço do que foi ganho com o gasto de 85 mil euros no carnaval camarário de Caldas da Rainha...
Esta enumeração de assuntos que estão por esclarecer (e não são todos) faz parte da intervenção do Movimento Viver o Concelho (MVC) em Caldas da Rainha, que tem exigido esclarecimentos sobre matérias obviamente pouco claras da actividade camarária.
Ela pode ser acompanhada no seu site oficial Viver o Concelho, onde se podem seguir as intervenções da candidata à Câmara, Maria Teresa Serrenho, e do candidato à Assembleia Municipal e membro deste órgão, Edgar Ximenes, e nos blogues De Tanto Estarem... e Salubridades, dinamizados por dois dos seus principais activistas, José Rafael Nascimento e Miguel Miguel.
Em apenas cinco meses, desde que as eleições autárquicas de 29 de Setembro puseram no mapa autárquico do concelho este movimento de independentes, o MVC já conseguiu chamar a atenção de muita gente para muito do que está mal e cercar os dirigentes da Câmara Municipal com uma série de perguntas incómodas que basta não terem resposta para se revelarem absolutamente pertinentes.
A iniciativa do MVC corresponde ao que os seus eleitores desejavam e talvez corresponda também ao que os eleitores dos outros partidos não encontram naqueles que ajudaram a eleger.
Aliás, a intervenção do MVC não se limita a pôr sistematicamente em causa a actividade do PSD caldense, que se julgava impune numa gestão incompetente que nem se poderia pensar ser tão má como se verifica.
Ela põe também em causa a presença dos outros partidos (PS, CDS e PCP) na Assembleia Municipal porque não se vê da parte dos que se proclamam "oposição" qualquer tipo de intervenção deste género.
Como aliás nunca se viu entre os representantes partidários que, alheios às preocupações das populações do concelho, usam os lugares que vão obtendo como simples provas de vida e acumulação de capital político para nas eleições seguintes os dirigentes dos seus partidos lhes darem mais alguma coisa.
É nem é errado falar num pacto de silêncio. Objectivamente esse pacto de silêncio existe.
Existe entre os partidos da "oposição" e em boa parte da comunicação social que só de passagem e quando a coisa entra pelos olhos dentro é que faz perguntas mais incómodas para a Câmara.
O apoio silencioso da "oposição" ao PSD caldense na Câmara Municipal está ao nível do apoio que, por exemplo, a "Gazeta das Caldas" tributa ao chefe "laranja" que até gosta de assinar como "Tinta Ferreira, Dr." para marcar bem a diferença relativamente ao resto da população.
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